terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Está em marcha uma “Solução Final” para a Função Pública – e a ofensiva prossegue!

Para quem não sabe, a “Solução Final” foi a designação oficiosa da política de extermínio de judeus pelo IIIº Reich alemão. Os judeus foram responsabilizados pela derrota da Alemanha na 1ª Grande Guerra e de serem agiotas e sanguessugas da nação, pelo que, com algumas teorias rácicas à mistura, se iniciou um genocídio contra a numerosa comunidade judaica, organizado em fileira: uma vez presos, os judeus (e outros "indesejáveis") eram transportados em comboios de gado para campos de concentração, onde tinham de trabalhar em condições infra-humanas numa espécie de morte lenta, quando esta não era antecipada em câmaras de gás. Para não haver vestígios e para se processar melhor a grande quantidade de cadáveres, construíram-se fornos crematórios. Está tudo explicado nos museus do holocausto e inúmeros filmes e documentários sobre o tema.
Como se sabe, o nazismo foi derrotado e da 2ª Grande Guerra ficaram dois sistemas vencedores:  o bloco socialista/comunista, da Europa de Leste, e o capitalismo ocidental, com os USA como pretenso farol da Liberdade. Os pratos da balança equilibraram-se, com mais bomba ou menos bomba atómica, mais míssil ou menos míssil. Chamaram-lhe “Guerra Fria”. Todavia, após a queda do famoso Muro de Berlim, símbolo dessa era, nos finais dos anos 80, não faltou quem proclamasse o fim da História e novos amanhãs que haveriam cantar. O sistema comunista implodiu (ficaram uns vestígios residuais em Cuba, e, no resto do mapa pintado de vermelho, assistimos a operações de “travesting”:  Angolas, ou mesmo Chinas, neste caso com a tal teoria de um país e 2 sistemas). Em suma, o Capitalismo ganhou e levou a taça. Até aqui tudo bem (ou tudo mal, como veremos).
Só que quando se cai no monismo, fatalmente, parece que fatalmente, vem ao de cima o tal gene nazi  escondido nos sistemas, como nos indivíduos. E como prova disso está hoje a "judaização" dos funcionários públicos, acusados de serem os culpados da crise, os parasitas que nada fazem e que têm de ser exterminados para se chegar a um novo horizonte de felicidade dos Povos, sob a bandeira da tal “Liberdade”, o Liberalismo, na sua nova formulação neo-liberal. O objectivo é a destruição do Estado tal como o conhecemos, e há que começar pelos seus agentes, para melhor se poder depois sugar o cidadão através do empresarismo selvagem. É um desvario, pois é, mas está a passar-se. E os outros, os que não são funcionários públicos, até aplaudem, há que cilindrar esses malandros (pois que eles são uns privilegiados e se a mim não me foi dado entrar para a “casta”, ainda bem que os exteminam – dá votos e rende milhões!....)
O mote está dado há muito tempo, fora da Tugalândia e, por cá, começou com a célebre teoria do sr. Prof. Aníbal, há muitos anos, era ele ainda primeiro ministro: “quanto menos Estado, melhor Estado…” – Apesar disso, muitos paus-de-bandeira das campanhas eleitorais continuaram ainda a engrossar o sistema (na base, no meio e por cima, nas cúpulas), quando havia dinheiros da UE para distribuir e assim, os partidos do centrão poderem rodar no poder, ajudando à longevidade política de alguns, como o dito sr. Prof. Aníbal. Todavia, o tema da redução da Função Pública continuou a atravessar os governos, até ao socratismo. Mas, o que era para ser um mero ajustamento, foi evoluindo para o conceito de uma política de extermínio. Como faltava coragem para desencadear a Ofensiva total, agora, a pretexto da grande Crise (e tudo leva a crer que foi forjada tendo em vista este grande objectivo, além de outros), os novos papalvos que estão no (des)governo, para se respaldarem em “demonstrações” técnico-científicas incontestáveis, eis que as vão encomendando no mítico lá-fora: primeiro mandaram vir a Troika; depois encomendaram a BOMBA do FMI, de há dias…. Agora faltava mais um “estudo” da OCDE. Ei-lo que foi anunciado HOJE (2013.01.15), com mais do mesmo, ou seja, repetindo, até à exaustão o mesmo, tipo lavagem ao cérebro – Goebels também dizia que uma mentira repetida 30 vezes transformava-se numa verdade – a famosa ideia de que há funcionários públicos a mais. Sim, mesmo no dia em que houver um só, até esse estará a mais… E concomitantemente, para melhor asfixia (qual câmara de gás), reduz-se ao subsídio de desemprego, até não haver subsídio nenhum: nem de férias, nem de natal, nem de natalidade, nem de desemprego; e aumenta-se-lhes o horário de trabalho e prolonga-se a idade da reforma aos que sobrarem (tipo campos da morte lenta...).

Poderemos discutir qual é o objectivo final deste (pré)conceito e ao que levará o empresarismo para tudo e mais alguma coisa. E se é vantajoso para o cidadão ter serviço público ou serviço privado (em que tem de pagar as mais-valias). Mas vamos deixar essa parte para mais tarde.
Para já vejam mais esta peça, saída hoje (sim, que “eles” vão-nos servindo isto às pitadas, ainda que em doses cavalares, para nos habituarmos à ideia e nos prepararmos para o que vem a seguir):

«À semelhança das medidas apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), também a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sugere cortes nos subsídios de desemprego de quem tem mais anos de trabalho, redução dos salários dos funcionários públicos, particularmente os menos qualificados, e aumento do horário de trabalho, para reduzir a despesa do Estado.»   - Ler  o resto aqui: http://www.noticiasaominuto.com/economia/36130/as-sugest%c3%b5es-da-ocde-para-reduzir-o-estado-social-portugu%c3%aas  - in Notícias ao Minuto, 2013.01.15

1 comentário:

  1. Sobre esse famigerado Relatório do FMI (a BOMBA), até o Fretes do Amaral diz que... foi "um frete ao governo"! - eu acrescentaria: se é que não foi mesmo encomendado pelo (des)governo, ou por alguns membros do dito, sob orientação do Trocos-que-não-chega-a-notas...
    Sobre o que diz Freitas: «O fundador do CDS, Freitas do Amaral, afirmou na terça-feira à noite na TVI24, que o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado na semana passada, com um menu de sugestões para cortar na despesa do Estado, foi “um frete feito ao Governo”.» in: http://www.noticiasaominuto.com/politica/36510/relat%C3%B3rio-do-fmi-%C3%A9-um-frete-ao-governo#.UPaCf2dlJnA (Notícias ao Minuto - 2013.01.16)

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