sábado, 27 de dezembro de 2014

Coelhote, "o homem sem qualidades" segundo Raquel Varela

Mão amiga fez-nos chegar mais esta. - Raquel Varela, no seu melhor:

... e não disse tudo! Faltou ainda a parte de "ir às trombas" à ex-mulher (a Fázinha das "Doce")
- ver aqui: http://www.tugaleaks.com/passos-coelho-violencia-domestica.html

... afora umas ganzas que também fumava (acho que até defendia a despenalização das ditas, o que ainda não cumpriu), entre outras coisas - ver aqui:
http://www.cannabiscafe.net/foros/showthread.php/185802-Novo-l%C3%ADder-do-PSD-apoia-a-despenaliza%C3%A7%C3%A3o-das-drogas

- Enfim, cada coutada tem os coelhos que merece!....




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O LODAÇAL, segundo Santana Castilho

Certeiro, como sempre, o Prof. Santana Castilho!

Aqui fica, do Publico de hoje, 2014.11.19:
 

Opinião

O lodaçal


19/11/2014 - 01:17

Contrariamente ao discurso das maiorias, nacional e europeia, o nosso problema não é o excesso de Estado, mas o seu constante e progressivo aniquilamento.

Em sentido figurado, um lodaçal é um ambiente de vida desregrada, um lugar aviltante. Literalmente, o vocábulo expressa um lugar onde há muito lodo, um atoleiro. O escândalo BES, com responsáveis evidentes e nenhum preso, o roubo legal de milhares de milhões de dólares operado pelo Luxemburgo às economias dos países europeus e a recente hecatombe que se abateu sobre o Governo e as cúpulas da administração pública portuguesa mostram que é lá, num lodaçal, que vivemos.

Estes três escândalos, de tantos que tornam desesperada a vida cívica, têm uma génese: a desagregação do Estado, com a consequente anulação do seu poder fiscalizador e regulador sobre o mundo financeiro. Contrariamente ao discurso das maiorias, nacional e europeia, o nosso problema não é o excesso de Estado, mas o seu constante e progressivo aniquilamento. O nosso problema consiste em encontrar meios políticos para devolver ao Estado instrumentos de fiscalização e regulação que protejam o interesse geral.

O meritório trabalho do International Consortium of Investigative Journalists expôs uma dimensão magna de um roubo legal, que permitiu a cerca de 340 empresas internacionais, assistidas fiscalmente por uma só, de consultoria financeira, a PricewaterhouseCoopers, pagarem apenas cerca de 1% de imposto sobre os lucros. Moralmente nojento, quando pensamos na monstruosa carga fiscal que, em nome da crise, asfixia os cidadãos. Repugnante, quando esta degradante evasão fiscal, grosseiramente violadora da lealdade devida entre Estados-membros da União Europeia, foi conduzida sob a responsabilidade de Jean-Claude Juncker, que acaba de assumir a presidência da Comissão Europeia.

Vivemos num lodaçal de ataques aos direitos básicos dos cidadãos, perpetrados por figurões que se dizem, sempre, de bem com a sua consciência de sociopatas, de quebra constante da confiança no Estado, de desespero crescente quanto ao futuro. Porque as leis, iníquas e de complexidade impenetrável, protegem os fortes do mesmo passo que diminuem os apoios sociais e o direito dos mais débeis.

Responsabilidade moral e política são coisas que os dirigentes não conhecem. Mas a falta de decoro é-lhes pródiga. Um episódio pouco divulgado mostra-o com clareza. No dia 11 deste mês, numa audição na Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, a propósito da eleição de Portugal para o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas e respondendo a considerações que vários deputados fizeram sobre o impacto da crise na vida dos portugueses, o ministro Rui Machete afirmou que os direitos fundamentais sociais dependem da economia e podem ser restringidos em função dela. Ou seja, em matéria de direitos fundamentais contam nada as aquisições civilizacionais, as convenções internacionais que subscrevemos e a Constituição da República Portuguesa, porque mandam o PIB e os credores internacionais. Rui Machete disse que na ONU "Portugal pautará a sua actuação pelo objetivo da defesa da dignidade da pessoa humana e do carácter individual, universal, indivisível, inalienável e interdependente de todos os direitos humanos, sejam direitos civis, culturais, económicos, políticos ou sociais". Rui Machete afirmou ir defender na ONU os mesmos direitos sociais que, garantiu, podem ser suspensos cá dentro, penalizando as pessoas em pobreza extrema, os idosos e as crianças. Forte lógica, sólida moral.
Importa relembrar, a propósito desta (mais uma) infeliz intervenção pública de Rui Machete, que “os órgãos de soberania não podem, conjunta ou separadamente, suspender o exercício dos direitos, liberdades e garantias, salvo em caso de estado de sítio ou de estado de emergência, declarados na forma prevista na Constituição” (Artigo 19.º, n.º 1, da CRP).

E voltamos ao lodaçal, que explica a abulia generalizada. Novo exemplo: sorrateiramente, avança a municipalização da Educação, metáfora para consagrar nova tragédia, qual seja entregar ao arbítrio das câmaras aderentes um domínio estratégico, que jamais deveria sair da tutela central. Basta reler a história da I República (a descentralização/municipalização da educação foi definida pela primeira vez em decreto de 29 de Março de 1911) para perceber que não é de descentralização municipalista, mas de autonomia, que as escolas e os professores necessitam e que a substituição do monolitismo vigente por vários caciquismos não resolverá um só problema e acrescentará muitos mais e graves.
A pequena dimensão do país, a natureza dos compromissos, legais e éticos, assumidos pelo Estado face a um vastíssimo universo de cidadãos e as economias de escala que as rotinas informáticas permitem, justificam que a gestão da Educação permaneça centralizada. Quanto aos aspectos que ganharão, e são muitos, se aproximarmos a capacidade de decidir ao local onde as coisas acontecem, não deve o poder ser entregue às câmaras, mas aos professores e às escolas. Justifica-o a circunstância de estarmos a falar da gestão pedagógica. Porque quem sabe de pedagogia são os professores.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

O regresso do Grande Deus "Pugresso”

Andou algo desaparecido por uns tempos. Ou por outra, foi deambulando por aí: pelo Vale do Sabor, passeando por avenidas novas, devorando terrincho queijo lá pelas bandas da Vilariça, ou enlambuzando-se do que resta(va) do património vernacular das nossas moribundas aldeias… sempre com a condescendência autárquica, pois que, “coitado do home”, tem direito às melhores condições de vida, e as tintas Robbialac , assim como a CIN, também precisam de viver. Cá agora a m**** das pedras velhas, sem jeito nenhum!... Querem a gente cá como índios da reserva! 

Agora, reapareceu cá pela vila, voraz, como sempre. Há que alinhar! Tem que se alinhar! Se alguém não alinha tem que se meter na linha! Tem cuidado… está calado… fazes melhor… deixa correr… já sabes o que te aconteceu… ainda não ganhaste juízo… não te manifestes… deixa que outros o façam… e se ninguém disser nada é porque está tudo bem… eles é que sabem. – É a voz dos amigos, dos que sabem viver, dos que vão longe…

Vejo a asneira e o disparate a caminho, a casmurrice e, quiçá, o látego e o gládio, se perseverar em dizer o que vai na alma. Tento a via pedagógica: explicar o porquê do interesse em preservar o pouco que ainda sobra de autêntico, em termos de edificações multisseculares, testemunhos vivos de uma terra com Passado. E onde, curiosamente, este até é incorporado no discurso político-económico.

Para mais, quando associado a esses velhos edifícios, habitáculos de cristãos-novos à entrada de judiaria, consta que nasceu a mãe de um candidato ao trono de um reino moribundo, há mais de quatro séculos atrás… Personagens trágicas anunciando a tragédia de verem apagada a mais remota pegada de um destino. Antigos depoimentos corroboram essa tradição. E, curiosamente, estas personagens de excepção têm vindo a ser recuperadas como bandeira de uma nova política assente no binómio economia-cultura! E depois parece que pretendem deitar fora a criança com a água do banho!

Destruir o autêntico e, em nome da tal “monomania dos alinhamentos” imprecada pelo A. de Baçal há mais de um século, inventar pastiches, e tentar depois vender como do século XVI imitações toscas do século XXI. Nunca pensámos que cerca de 150 anos após a gestação da Teoria do Património, em vez de evolução assistíssemos a uma involução… Assim, tudo nos leva a crer que o modelo cultural-económico que o novo poder eleito nos traz é o de "Disneylândias” de pechisbeque.


Talvez faça a tentativa derradeira de ser “pedagógico”. Mas acredito pouco na abertura a diálogos quando as decisões soam já a muito definitivas na cabeça de quem manda. Todavia, em consciência, não posso deixar de o fazer. Se esbarrar contra o muro de betão da intransigência retirarei daí as devidas ilações. O que não posso é, pela manhã do dia seguinte, não conseguir olhar de frente o indivíduo que me aparece do outro lado do espelho, acusando-me de qualquer espécie de cobardia ou de conformismo. Isso seria sinal de que já estaria definitivamente morto. 

terça-feira, 30 de setembro de 2014

A melhor que corre pela Aldeia nos últimos tempos!!!...

Há uns anos alguns ladrões entraram num banco numa pequena cidade. Um deles gritou: "Não se mexam! O dinheiro pertence ao banco mas as vidas são vossas". Imediatamente todas as pessoas deitaram-se no chão em silêncio e sem pânico.

LIÇÃO 1: Este é um exemplo de como uma frase dita corretamente e na altura certa pode fazer toda a gente mudar a sua visão do mundo.
Uma das mulheres estava deitada no chão de uma maneira provocante. Um dos assaltantes aproximou-se dela e disse: "Minha senhora, isto é um roubo e não uma violação. Por favor, procure agir em conformidade. "

LIÇÃO 2: Este é um exemplo de como comportar-se de uma maneira profissional concentrar-se apenas no objetivo.
  No decorrer do assalto, o ladrão mais jovem (que tinha um curso superior) disse para o assaltante mais velho (que tinha apenas o ensino secundário completo): "Olha lá, se calhar devíamos contar quanto é que vai render o assalto, não achas?". O homem mais velho respondeu: "Não sejas estúpido! É uma data de dinheiro e por isso vamos esperar o Telejornal para descobrir exatamente quanto dinheiro conseguimos roubar".

LIÇÃO 3: Este é um exemplo de como a experiência de vida é mais importante do que uma educação superior.
 Após o assalto, o gerente do banco disse ao seu caixa: "Vamos chamar a polícia e dizer-lhes o montante que foi roubado". "Espere", disse o caixa "antes de fazermos isso vamos juntar os 800 mil € nós tirámos há alguns meses e dissemos que também esse valor foi roubado no assalto de hoje”.

LIÇÃO 4: Este é um exemplo de como se deve tirar proveito de uma oportunidade que surja.
No dia seguinte foi relatado nas notícias que o banco tinha sido roubado em 3 Mio €. Os ladrões contaram o dinheiro mas encontraram apenas 1 M €. Um deles começou a resmungar: "Nós arriscamos as nossas vidas por 1 M € enquanto a administração do banco rouba 2 M € sem pestanejar e sem correr riscos? Talvez o melhor seja aprender a trabalhar dentro do sistema bancário em vez de ser um simples ladrão".

LIÇÃO 5: Este é um exemplo de como o conhecimento pode ser mais útil do que o poder.

Moral da história:


Dá uma arma a alguém e ele pode roubar um banco. Dá um banco a alguém e ele pode roubar toda a gente.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

"A sociedade do cunhacimento"

Mão amiga fez-nos chegar mais esta... 
Até os Guterres, os Compaios e "revolucionário" de pacotilha OSC lá têm descendentes já encaixados!... 
Mas há dúvidas sobre o fim último das "revoluções"? Na verdade são movimentos em que, após a fase da confusão e dos "ideais" (para enganar patetas), em ultima instância, se visa encaixar alguns elementos do "povo" na mesa dos ricos onde se cozinha o "polvo"... 

Aqui vos fica:

UMA PERFEITA DEMONSTRAÇÃO DA
SOCIEDADE DO CUNHAAACIMENTO!
A PT é Enorme...
Fazem parte dos QUADROS da PT os filhos/as de:
- Teixeira dos Santos.
- António Guterres.
- Jorge Sampaio.
- Marcelo Rebelo de Sousa.
- Edite Estrela.
- Jorge Jardim Gonçalves.
- Otelo Saraiva de Carvalho.
- Irmão de Pedro Santana Lopes.
Estão também nos quadros da empresa, ou da subsidiária TMN os filhos de:
- João de Deus Pinheiro.
- Briosa e Gala.
- Jaime Gama.
- José Lamego.
- Luís Todo Bom.
- Álvaro Amaro.
- Manuel Frexes.
- Isabel Damasceno.
Para efeitos de "pareceres jurídicos" a PT recorre habitualmente aos
serviços de:
- Freitas do Amaral.
- Vasco Vieira de Almeida..
- Galvão Telles.

Assim não há lugar para os colegas da faculdade destes meninos, que
terminaram os cursos com média superior e muitos estão ou a aguardar
o primeiro emprego, ou no desemprego, ou a trabalhar numa área diferente da da sua licenciatura.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Cavaco, Espírito Santo & Cª. ....

Mas, havia dúvidas?? - Segue e soma esta promiscuidade chocante entre a pulhítica e os amigos empresários, banqueiros e quejandos... Além do amigo Oliveira e Costa (o tal do trespasse de acções em que o actual sr. presidente da república, ou a filhinha por ele, ganharam de uma assentada uma pipa de massa), eis que sabemos agora (e que grande novidade...) que o amigo Espírito Santo (sem ser o de orelha) & Cª. investiram largo na campanha do homem... Eis assim que o indivíduo que tanto se avespinhou na campanha (e no discurso da noite da victória) contra os que o acusavam de pouca higiene de mãos, nos aparece rodeado de amigos pouco recomendáveis a contribuírem para a sua entronização.
O que nos vale é que o poder judicial (e a correspondente investigação) ainda não está completamente dominada por estes pulhíticos de pacotilha, pois de outro modo os seus amiguinhos nunca seriam incomodados (quem paga, é obviamente imune!). - Enfim, para quando uma verdadeira operação "Mãos Limpas"!???

Aqui vos fica: http://www.noticiasaominuto.com/politica/265218/familia-espirito-santo-fez-o-maior-donativo-a-campanha-de-cavaco?utm_source=gekko&utm_medium=email&utm_campaign=daily

2006 Família Espírito Santo fez o maior donativo à campanha de Cavaco

A família Espírito Santo foi a principal financiadora da campanha de Cavaco Silva à Presidência da República em 2006, tendo doado 152 mil euros. Só Ricardo Salgado contribuiu com 22.482 euros, o máximo que a lei permitia, indica o Diário de Notícias.

Cavaco Silva e a família Espírito Santo mantinham uma relação próxima já se sabia. Pelo menos, desde que o Expresso deu conta de um jantar do Presidente da República na casa de Ricardo Salgado, em 2004. Mas só recentemente foram conhecidas as contas relativas às campanhas presidenciais de 2006, reforçando o vínculo entre o ainda chefe de Estado e o então responsável pelo BES.
O Diário de Notícias teve acesso aos documentos do Tribunal Constitucional que provam que a família Espírito Santo foi a principal financiadora de Cavaco Silva à Presidência da República, em 2006, tendo doado para esse efeito mais de 152 mil euros.
Os donativos foram feitos não só por Ricardo Salgado, que deu a verba máxima permitida por lei (22.482 euros), como por outros quatro administradores do universo BES, entre eles António Ricciardi, José Manuel, Manuel Fernando Espírito Santo e José Maria Ricciardi.

A estes devem ainda somar-se os donativos máximos dados a título individual por Rui Duarte Silveira, Manuel Ferreira Neto e Mário Mosqueira, entretanto falecido.

in "Noticias ao Minuto"

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O Caso BES mostra que capitalismo tuga faliu!....

Poix... depois do ataque sem precedentes à função pública e ao "estado social", e dos "amanhãs cantantes" do capitalismo neoliberal, cuja ponta de lança eram os bancos e banqueiros, Oliveiras e Costas, Espíritos Santos, Ulriches & Cª., apresentados como grandes empreendedores, uns quase-deuses nas páginas de inconomia de certos pasquins (a soldo), eis que o castelo de cartas se vai desmoronando (com o Zé a pagar, pois claro!...) e o pessoal vai vendo que o rei vai nu.
E, num repente, aqui temos umas "sexta-feiras negras" à maneira tuga, com medo do lobo mau, perdão, do "banco mau", e sem ninguém querer saber da pele de cordeiro com que tentaram disfarçá-lo de "Banco Bom" ou "Novo Banco" (feito de pano velho). - E debaixo de que saias foi o pessoal meter-se? Correram para outros bancos privados? Claro que não, porque toda a gente - tal como eu, há mais tempo - já topou que a raça dos Vampiros (de que falava o Zeca) é toda a mesma. Assim, porquê a CGD? Está bom de ver: é o último reduto em que Estado tem participação, apesar dos amigos administradores que os rapazes (ou rapaces) que vão para os (des)governos lá colocam (a propósito, onde andará o Armando?). É claro que assim gordinha, depois destas rápidas transferências do BES para a CGD, está seguramente mais apetitosa do que nunca para a intentada, sonhada e almejada privatização... E se calhar entregue a chineses, como a EDP! Será que os que agora fogem do BES, ou ex-BES, e todos os outros, terão finalmente percebido que o mal está neste capitalismo torpe, sem regras, a não ser o de sacar o mais possível e quando a coisa estourar, pagamos todos? Se finalmente alguém perceber isto, no dia em que ouvirem falar em privatização a sério da GGD, deveriam lutar com unhas e dentes contra isso, deviam rodear as agências da Caixa e defendê-las como coisa sua/nossa, pois é o último reduto com um mínimo de confiança que nos resta, livre de Vampiros!!!
Não chegamos ao ponto de defender a nacionalização da Banca, como os revolucionários dos anos 70. Mas tem de haver participação pública pelo menos numa instituição bancária, para que as pessoas possam ver a diferença, e para onde possam fugir dos Vampiros. No dia em que já não tivermos para onde fugir, o que faremos?

Aqui fica a notícia:

http://www.noticiasaominuto.com/economia/259906/clientes-do-bes-depositaram-200-milhoes-na-cgd-num-so-dia?utm_source=gekko&utm_medium=email&utm_campaign=daily


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"Quem tem medo do Lobo Mau??" - e quem gosta do Banco Bom? = Novo Banco...

Até parece uma estorinha infantil... O Banco Mau, o Banco Bom, digo, o Novo Banco... uns senhores maus (que até há pouco eram bons, digo muuuuito bons!) portaram-se mal, mas já está tudo resolvido, os meninos não tenham medo, que não lhe vamos dar mais tau-tau, nem tirar os rebuçadinhos... (- E os meninos acreditam...).
Que este banco do Espírito Santo a mim nunca me enganou... Aliás, ainda me enganou durante um ano, há uns anos atrás, quando dei conta que numa conta que lá tinha me "davam" 2,5€ de juros/mês e me rapinavam 3€/mês de comissões. Ou seja, quando de lá resolvi retirar o dinheiro q tinha depositado, afinal tinha menos do que lá tinha posto, e, para o retirar para outro banco, ainda me paparam mais uma comissão choruda pela transferência!!! - Bem, quando anunciei essa intenção de retirada, o sr. gerente do balcão cá da Aldeia, veio rapidamente a propor-me outro "produto" (é assim que os gajos dos bancos chamam às modalidades que inventam para lá apanharem as poupanças da malta). Entretanto foi dizendo que o "produto" anterior, o das comissões a 3€, até era um "produto" muito bom (para eles, claro!), pois que era uma conta especial de corrida em que, caso ficasse doente, me permitia chamar o médico a casa, ou se tivesse um cano roto, era também só telefonar (para o banco, suponho), que me mandavam também o picheleiro a casa, etc. e tal!... Coisas que em momento algum me tinham sido comunicadas, nem vi que figurassem em qualquer lado na papelada referente ao tal "produto", nem em letrinhas pequeninas...  Tendo-lhe frisado isso, o dito sr. gerente, depois da conversa da treta do costume, como os miúdos apanhados com a mão no pote (tudo isso devia ser ensaiado nas "acções de formação", tipo lavagens ao cérebro, que lhes dão, juntamente com a conversa dos "Objectivos", pois não é de qualquer maneira que se chega a serventuário graduado das estruturas do capitalismo) até já me restituía o  que me tinham sacado a mais! Pasmei. Então, oh sr. gerente, isto é como o negócio dos tapetes dos marroquinos? - retroquei. Ou seja, se cá o Zé das Couves não se queixar, está-se bem, vai-se depenando o pato; se o pato dá conta e se queixa, passasse-lhe a mão no pelo, canaliza-se o pato para outro "produto" e até se se lhe dá o que se lhe rapinou...
Achei que isto não era sério nem de entidade credível. Pior, disse-lhe mesmo, que achava que o BES, no meu conceito, passava a ser um Banco Ladrão. Foi quando a conversa azedou e o sr. me disse para ter cuidado com as palavras... Sim, porque nesse dia, os ladrões engravatados que o sr. gerente servia, ainda eram gente respeitável... Mas, tal como sempre, a História veio a dar-me razão! - Se bem que esses ladrões engravatados e de colarinho branco se safem sempre, pois os fundos secretos que têm nas contas numeradas na Suíça, decerto que ainda lhe dá para pagarem a grandes equipas de advogados, outros aldrabões que tais, que habilmente sabem explorar os furos de uma legislação desajustada das "complexidades" financeiras dos tempos que correm, ou então feita à medida pelas maiorias de lacaios que servem os grandes senhores naquele hemiciclo a que chamam A.R..
Bem, não vos demoro mais com os meus arrazoados. Tomem lá:
http://www.noticiasaominuto.com/economia/258700/garantias-de-que-contribuintes-estao-livres-do-bes-sao-falsas?utm_source=gekko&utm_medium=email&utm_campaign=afternoon

Megan Greene Garantias de que contribuintes estão 'livres do BES' são "falsas"
A economista e colunista Megan Greene, que se tem debruçado nos últimos anos sobre a crise das dívidas nos países sul-europeus, considera que serão “falsas” quaisquer afirmações que sugeriam que os contribuintes não serão prejudicados pelo resgate ao BES.
Recorde-se que o banco privado será dividido em ‘banco mau’ e em ‘banco bom’, estimando-se que virá a necessitar de quase cinco mil milhões de euros para se capitalizar. Este domingo à noite, governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, anunciou a solução para o BES, com o Governo, através de um comunicado do Ministério das Finanças, a afirmar que os contribuintes não terão de suportar quaisquer custos.
E é sobre esta questão que surgem as dúvidas de Megan Greene. Num comentário de que o The Guardian dá conta, publicado na rede social Twitter, Megan Greene considera que o resgate ao BES é “assustadoramente”  parecido com os resgates à banca irlandesa, “embora numa escala muito menor”. A economista acrescenta que serão “falsos” quaisquer comentários que sugiram que os contribuintes estão ‘livres’ da situação.
Na sua conta no Twitter, a cronista da Bloomberg dá também destaque a um artigo da autoria de Claire Jones, artigo esse que tem como título ‘Como roubar um país, ao estilo do Espírito Santo’ ('How to rip off a country, Espirito Santo style', lê-se no título original). Claire Jones já tinha escrito para a revista Forbes sobre a crise no banco privado.
Num outro tweet, em resposta a uma pergunta sobre o que mais receava, Megan Green foi taxativa relativamente ao que teme: "Que os custos sejam socializados em Portugal, implicando mais austeridade para reduzir a dívida pública".»
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E O QUE DIZ, ENTRETANTO, A SRª MINISTRA DAS FINANÇAS? – AQUI VAI:

http://www.noticiasaominuto.com/politica/258952/tem-de-haver-uma-investigacao-judicial-e-punicoes-severas
«Ministra "Tem de haver uma investigação judicial e punições severas"
Maria Luís Albuquerque esclareceu esta segunda-feira, em entrevista à SIC, que é premente a apuração de responsabilidades no caso BES e que existirão “punições severas, contraordenações e terá de haver uma investigação judicial”.»

- Ora descontando estas tretas das “punições” (para inglês ver/ouvir), o que interessa é que o que a senhora disse ao fim:
….. «O jornalista questionou ainda se foi posta em cima da mesa a possibilidade de deixar o banco falir, ao que Albuquerque reagiu dizendo que “uma falência de um banco desta dimensão traria um risco muito grande de instabilidade financeira”.»

Lá diz um velho provérbio que “ao menino e ao borracho, põe Deus (não fosse Ele o Espírito Santo) a mão por baixo” 

– Com as devidas adaptações, nós por cá, “ao menino, ao borracho E AO BANQUEIRO, põe Deus (ou seja, o Governo), a mão por baixo…” – Não fosse este o (des)Governo deles, e não se cobrassem nestas ocasiões os apoios chorudos que em períodos eleitorais os amigos banqueiros e grandes empresas concede generosamente aos tais do “arco da governação”… Vão lá agora as criaturas rebelarem-se contra os seus Criadores!...

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Uma carta aberta ao Abominável...

Já depois do nosso último post, mão amiga fez-nos chegar esta "carta aberta" dedicada ao abominável homem das Neves. Quem fala/escreve assim, não é gago!....
- Mas tal como já o tínhamos dito por aqui, este rapaz, o Yeti, só pode ser um troglodita descoberto nas neves dos Himalaias, para bitaitar por aí uns palpites a soldo dos grandes malandros que lhe pagam. E devem pagar MUITO bem!...

Corre pela Aldeia - nem é preciso pôr mais na escrita:

para: João César das Neves
Carta Aberta a um MENTECAPTO (João César das Neves)
Meu Caro João,
Ouvi-te brevemente nos noticiários da TSF no fim-de-semana e não acreditei no que estava a ouvir.
Confesso que pensei que fossem “excertos”, fora de contexto, de alguém a tentar destruir o (pouco) prestígio de Economista (que ainda te resta).
Mas depois tive a enorme surpresa: fui ler, no Diário de Notícias a tua entrevista (ou deverei dizer: o arrazoado de DISPARATES que resolveste vomitar para os microfones de quem teve a suprema paciência de te ouvir). E, afinal, disseste mesmo aquilo que disseste, CONVICTO e em contexto.
Tu não fazes a menor ideia do que é a vida fora da redoma protegida em que vives:
- Não sabes o que é ser pobre;
- Não sabes o que é ter fome;
- Não sabes o que é ter a certeza de não ter um futuro.
Pior que isso, João, não sabes, NEM QUERES SABER!
Limitas-te a vomitar ódio sobre TODOS aqueles que não pertencem ao teu meio. Sobes aquele teu tom de voz nasalado (aqui para nós que ninguém nos ouve: um bocado amaricado) para despejares a tua IGNORÂNCIA arvorada em ciência.
Que de Economia NADA sabes, isso já tinha sido provado ao longo dos MUITOS anos em que foste assessor do teu amigo Aníbal e o ajudaste a tomar as BRILHANTES decisões de DESTRUÍR o Aparelho Produtivo Nacional (Indústria, Agricultura e Pescas).
És tu (com ele) um dos PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS de sermos um País SEM FUTURO.
De Economia NADA sabes e, pelos vistos, da VIDA REAL, sabes ainda MENOS!
João, disseste coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “A MAIOR PARTE dos Pensionistas estão a fingir que são Pobres!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Mais de 85% das Pensões pagas em Portugal são INFERIORES a 500 Euros por mês (bem sei que algumas delas são cumulativas – pessoas que recebem mais que uma “pensão” - , mas também sei que, mesmo assim, 65% dos Pensionistas recebe MENOS de 500 Euros por mês).
Pior, João, TU TAMBÉM sabes. E, mesmo assim, tens a LATA de dizer que a MAIORIA está a FINGIR que é Pobre?
Estarás tu bom da cabeça, João?
João, disseste mais coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “Subir o salário mínimo é ESTRAGAR a vida aos Pobres!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Na tua opinião, “obrigar os empregadores a pagar um salário maior” (as palavras são exactamente as tuas) estraga a vida aos desempregados não qualificados. O teu raciocínio: se o empregador tiver de pagar 500 euros por mês em vez de 485, prefere contratar um Licenciado (quiçá um Mestre ou um Doutor) do que um iletrado. Isto é um ABSURDO tão grande que nem é possível comentar!
Estarás tu bom da cabeça, João?
João, disseste outras coisas absolutamente INCRÍVEIS, como por exemplo: “Ainda não se pediram sacrifícios aos Portugueses!”
Estarás tu bom da cabeça, João?
Ainda não se pediram sacrifícios?!?
Em que País vives tu, João?
Um milhão de desempregados;
Mais de 10 mil a partirem TODOS os meses para o Estrangeiro;
Empresas a falirem TODOS os dias;
Casas entregues aos Bancos TODOS os dias;
Famílias a racionarem a comida, os cuidados de saúde, as despesas escolares e, mesmo assim, a ACUMULAREM dívidas a TODA a espécie de Fornecedores.
Em que País vives tu, João?
Estarás tu bom da cabeça, João?
Mas, João, a meio da famosa entrevista, deixaste cair a máscara: “Vamos ter de REDUZIR Salários!”
Pronto! Assim dá para perceber. Foi só para isso que lá foste despejar os DISPARATES todos que despejaste.
Tinhas de TRANSMITIR O RECADO daqueles que TE PAGAM: “há que reduzir os salários!”.
Afinal estás bom da cabeça, João.
Disseste TUDO aquilo perfeitamente pensado. Cumpriste aquilo para que te pagam os teus amigos da Opus Dei (a que pertences), dos Bancos (que assessoras), das Grandes Corporações (que te pagam Consultorias).
Foste lá para transmitir o recado: “há que reduzir salários!”.
Assim já se percebe a figura de mentecapto a que te prestaste.
E, assim, já mereces uma resposta:
- Vai à MERDA, João!
Um Abraço,
Carlos Paz



quarta-feira, 16 de julho de 2014

O escândalo BES e o Abominável

Vem agora o Abominável homem das Neves, feito pitonisa, a anunciar que o BES pode ser (e citamos) "o maior escândalo financeiro da história da Tugalândia"!!...  Que o dissesse aqui o ti Zé d'Aldeia, ou o Zé da Esquina, estou como diz o outro. Mas dito pelo rePUTAdíssimo prof. da Católica, um hiper-neoliberal convicto e principal agente difusor dessas virtuosas teorias da "escola de Chigago" (aliás, para chi cago), admitindo que se prefigura mais esta catástrofe em tão virtuoso sistema, como o que defende, o do capitalismo selvagem, enfim... 
Claro que o caso BES, para o Abominável, será o seu tão querido "mercado" a funcionar... Mas então que funcione e que rebentem os Espíritos Santos todos, e os Salgados e o raio que os parta, sem se aproveitar a oportunidade para se nomear uma comissão liquidatária de amigos laranjolas, travestidos de grandes economistas, como aquele rapaz careca, um tal de Víctor Bento... Ah, e já preparando o pessoal psicologicamente para o saque de se pôr o pagode a pagar para a remissão de mais este golpe financeiro, sob pena - a desculpa é velha, desde os BPN's, BCP's, etc. - de que um tal afundamento poder provocar uma bancarrota... 
Então, Sr. professor das Neves, acha mesmo que o seu "mercado" é assim tão bom e o seu funcionamento tão perfeito, a pontos de, sempre que há salgalhadas destas, termos de pôr o povão a pagar o que os seus amigos provocam? (ou que as suas troikas induzem?). Ou o objectivo é esse mesmo: o do empobrecimento das massas, a troco da engorda de alguns, os trapaceiros, os trafulhas, os chicos-espertos? - Nesse caso, o sr. professor é apenas um lacaio deste sistema, a quem pagam para mandar umas lavercas em prol do mesmo, e para preparar o terreno para nos irem ao bolso quando a panela cheira esturro.
Como tal, um dia que haja um novo julgamento de Nuremberga para isto que se está a fazer, espero vê-lo também na barra como cúmplice de tudo isto.

Aqui fica o intróito da intervenção do sr. professor das Neves:
"César das Neves: "BES pode ser o maior escândalo financeiro da história de Portugal"
César das Neves considera que o que se vive no BES “é um caso muito sério e pode ser o maior escândalo financeiro da história de Portugal”. Em declarações à Rádio Renascença, o economista alertou para a necessidade de o Banco de Portugal e a administração do BES esclarecerem “com clareza” qual é o problema e que medidas vão ser tomadas."

in Noticias ao Minuto:




quinta-feira, 29 de maio de 2014

A famosa "estória" dos submarinos devidamente contada

Corre aí pela Aldeia....
 
SUBMARINOS
 
São 43 min de informação detalhada e bem documentada.
É pena que ainda não tenha passado num canal televisivo português.
Quem assina a peça é um jornalista que se chama António Cascais, por isso ele editou o programa em língua portuguesa.
Fez um bom trabalho.
Deixa claro que a compra foi combinada no governo de Barroso, que é o primeiro a dar o seu acordo ao negócio, que passa a ser seguido pelo ministro da defesa, Portas.
No final deixa a informação de uma cláusula contratual que obriga a que a revisão dos submarinos seja anual, pelo preço de € 5 milhões e pelo período de 30 anos, a ser feita nos estaleiros onde o submarino foi construído.
 
- Ver aqui o que passou na Televisão pública alemã (clicar sobre o "link"):
 

terça-feira, 27 de maio de 2014

Uma pergunta de A. Garrett (de 1846), cada vez mais actual....

 Mão amiga fez-nos chegar.... (sublinhados nossos):

 OPINIÃO
A Pergunta de Almeida Garrett 
por Viriato Soromenho-Marques, Professor Universitário

A organização não governamental Oxfam aproveitou a realização do Fórum de Davos, por onde passam algumas das personalidades mais poderosas do Mundo, para divulgar um importante relatório sobre a Desigualdade no Mundo de Hoje (Working for the few).  A informação é absolutamente Esmagadora e conta-nos algo que todos já começámos a saber não só pelo Conceito, mas também pela Experiência. Depois de 30 anos em que as Políticas Públicas do pós-guerra, a nível global, ajudaram a diminuir a Desigualdade, entrámos num Ciclo Inverso em que o Estado se tornou Instrumento dos Ideólogos do "Neoliberalismo" Económico. A Riqueza cresceu mas a Desigualdade, essa Explodiu numa Aceleração Exponencial. O Capitalismo Financeiro, na sua Desmesura Devoradora de Recursos Naturais e Capacidades Humanas sob o pretexto de ajudar o "Terceiro Mundo" a sair da Pobreza, acabou por criar dois Buracos Negros para onde o Planeta caminha: O da Crise Ambiental e Climática e o da Crise da Injustiça Social e da Desigualdade. Quando verificamos que na própria Europa a Pobreza se Dissemina como um vírus, percebemos que hoje não faz sentido falar em "Terceiro Mundo" porque esse é o único que existe... O Relatório conta-nos que 85 super-ricos possuem a riqueza  correspondente à da Metade Mais Pobre da População Mundial. Isto responde à pergunta formulada por Almeida Garrett em 1846 nas Viagens da Minha Terra: "E eu pergunto aos Economistas, Políticos, aos Moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é Forçoso Condenar à Miséria, ao Trabalho Desproporcionado, à Desmoralização, à Infâmia, à Ignorância Crapulosa, à Desgraça Invencível, à Penúria Absoluta, para Produzir Um Rico?"
Em 2014, um Super-Rico custa a Miséria de 41.176.000 Infelizes.

Só acrescentamos o seguinte: Garrett era um burguês e um Liberal, ainda que Liberalismo fosse, à época, uma doutrina política de vanguarda (o  1º vol. do Kapital, de K. Marx só sairia em 1867); todavia, apesar da sua "condição de classe" isso não o impediu de ver a injustiça social que nesse tempo se acentuava, quando a procissão do industrialismo ainda saía do adro (e em Portugal nem isso, nessa data)....
Pergunto-me se os burgueses e neoliberais de hoje têm esse tipo de preocupações?.... Bem, basta lembrar o senhorzito do "Eles aguentam, aguentam...", já aqui evocado neste blogue... - De onde é lícito concluir que burguesia de hoje não passa de um bando de aves de rapina sem moral e sem alma, nem outro objectivo que não seja o da rapina. Pelo que, apesar de serem "espécies protegidas", acho que também é licito concluir que andam a precisar de umas boas chumbadas!.... (e no passado domingo já levaram uma, mas ainda é pouco...)


sexta-feira, 9 de maio de 2014

Há muitos, mas estes estão em extinção...

Algures nas terras de Miranda, região autónoma da República de Trás-os-Montes e Alto Douro, há uma associação que muito tem feito pela preservação dos asininos, nome pomposo para os burricos que tanta importância tiveram, no Passado, nesta nossa Aldeia real...
Hoje, tal como todo o interior, estão em extinção! Por isso aqui divulgamos mais uma iniciativa destes heróicos resistentes que pugnam pela preservação da espécie.
Parabéns e... Força!, malta da AEPGA!
com um abraço do
Ti Zé!

A AEPGA e o Dia Internacional do Burro
 
Há mais de uma década que a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino - AEPGA - trabalha no sentido de conservar o Burro de Miranda - única raça autóctone portuguesa desta espécie, particularmente ameaçada de extinção – e de dignificar todos os burros do país, dando a conhecer o seu carácter dócil, a cultura que lhe está associada e os vários papéis que tão bem sabe representar – de professor, guia, terapeuta e, sobretudo, de amigo.
 
É por isso que te convidamos a celebrar o Dia Internacional do Burro connosco: para relembrar o seu valor inestimável, não só aqui na Europa, onde essas novas facetas têm vindo a ser descobertas, mas também nos países em desenvolvimento, onde os burros são os principais companheiros de trabalho de milhões de famílias desfavorecidas que, no entanto, raramente têm o conhecimento ou os recursos para lhes garantirem uma vida com saúde e bem-estar.
 
Ilustra as tuas orelhas de burro e exibe-as com orgulho – e não com vergonha, como aconteceu ao longo de séculos! Ao participares nesta acção, estarás a passar a mensagem de que o burro é um companheiro precioso que merece ter uma vida com qualidade, saúde e felicidade, e de que o Burro de Miranda, em particular, precisa de protecção. Junta-te a nós!
 
Para mais informações e download das orelhas de burro: www.diadoburro.pt

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AEPGA and the International Donkey Day
 
AEPGA, Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino, has been working for over a decade to preserve the Miranda Donkey – the only Portuguese native breed of this species, which is particularly endangered – and to dignify every donkey in the country, namely by showing their gentle character, the cultural aspects related to them, and the various roles that they play so perfectly – as teachers, guides, therapists and, most importantly, as friends.
 
This is why we would like to invite you to celebrate the International Donkey Day with us: to remind the world of their priceless worth, not only here in Europe, where those new dimensions are being discovered, but also in developing countries, where donkeys are the main work partners of thousands of poor families who, nevertheless, seldom have the knowledge or the resources to ensure they lead healthy lives.
 
Decorate your donkey ears and flaunt them with pride – and not shame, as has happened for centuries! By participating in this action, you will be passing down the message that the donkey is a wonderful companion who deserves to live a good, healthy and happy life, and that the Miranda Donkey in particular is in need of protection.
 
Please join us!
 
For more information and download of donkey ears: www.diadoburro.PT
 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Os bombos da festa

Havia dantes uma classe socioprofissional normalmente detestada pelo comum dos tugas, porque eram considerados indolentes, arrogantes, arrivistas, e que normalmente chegavam aos cargos (quando não, "tachos") por via dos compadrios, cunhas e paus-de-bandeira nas caravanas e comícios partidários (isto na fase pós-25/04, pois anteriormente era através da Legião, ou inscrição na União Nacional). No tempo da "outra senhora", como o Salazar era "fómento" (outros diriam, comedido na despesa pública), o funcionário público era mal pago, mas, apesar disso, era invejado (e, como tal odiado) pelos demais, porque tinha algum poder (os "petits pouvoirs") e porque, chovesse ou nevasse, "o dele pingava sempre certinho ao fim do mês", ainda que fosse pouco. Mas isto era sempre compensado com algum pé-de-meia com que se poderia comprar uma leira, onde se plantavam umas couves e se criavam umas galinhas e da fome estavam os ditos resguardados. Até que por meios de graxa aos chefes, sempre se conseguia alguma mordomia mais, além dos bons contactos que se granjeavam no exercício profissional. Já para os outros era sempre a incerteza, sem resguardo. No pós-25/04, a fim de se pagarem favores políticos ou a adesão de proles (quanto mais alargada a família, tanto melhor, pois representava muitos votos), houve que arranjar empreguinho a muita boa gente, sobretudo a nível das autarquias, sempre engrossando a seguir a cada acto eleitoral. Mais uma vez, como não dava para todos, os "outros", os que ficavam de fora, passavam a nutrir um ódio visceral aos que tinham entrado para o sistema... E, no que toca aos "costumes" pequeno-burgueses, a coisa piorou, e de que maneira: desde os cafezinhos a meio da manhã e da tarde, com lanchinho, nas horas de serviço, no café da esquina, ao proverbial "coçar de tomates" e tirar o lixo das unhas com a tampa da esferográfica Bic, porque em alguns "serviços" até se estorvarem, por tantos serem. E quem não se lembra da piada que dizia que o funcionário publico nunca apanhava a Sida, porque não levantava o rabo para fazer nada? - Assim se foi avolumando o ódio ao funcionário público.
Quando começou a cruzada neoliberal, direccionada para o desmembramento do Estado, estava bom de ver que a Função Pública ia ser o alvo preferencial. E isso até colhia votos, atento o tal ódio dos "outros" a esse grupo de privilegiados, visto que "os outros" eram (ainda) maioritários relativamente aos tais "malandros". Racionalizar o Estado, moralizar o Estado, cortar na "despesa pública", tinha sempre subjacente o ataque aos funcionários públicos. Mas há aqui um pormenor: para o senso comum, o conceito de F. P. tanto mete no saco os serviços da administração central como os das autarquias, onde residia/reside o principal cancro. Mas, se no primeiro caso, o ataque foi/é desvastador, no segundo, os mesmos têm sido algo poupados, pelo menos no que toca à política de despedimentos. Porquê? Creio que é fácil de explicar: é que na função pública autárquica estão as bases do sistema, os que colam os cartazes e fazem as campanhas - os funcionários dos partidos - os que elegem os dirigentes (sobretudo os do "Centrão"), que, depois, têm na toda-poderosa ANMP um verdadeiro sindicato político, com mais peso do que o STAL. Por isso, vão sendo um pouco mais poupados que os demais.
Resumindo e concluindo, que era necessário moralizar e disciplinar o sector (Função Pública) penso que nisso todos estamos de acordo. Que isso implicava cortar alguns privilégios, também estamos de acordo. Que a "reestruturação" deveria implicar algumas fusões de serviços, mexidas inteligentes nos organigramas, também nos parece pacífico, se bem que sujeito à discussão interna no âmbito desses mesmos serviços. Mas, suspeitamos que, além dos cortes com meros objectivos contabilísticos para alcançar metas troikianas, houve (e há) um objectivo de desmantelamento de serviços públicos para entregar certas funções (e, no futuro, todas!) aos privados, com manifesto prejuízo para as camadas mais frágeis da sociedade (que é a esmagadora maioria - ver o post anterior, neste blogue). Ou seja, os patacôncios que hoje aplaudem a ofensiva anti-função pública, um dia destes terão saudades em que tinham um serviço público gratuito, ou quase, em vista das mais-valias (o tal lucro sempre ávido) que a "função privada" cobrará, na melhor lógica do Capitalismo selvagem (=neoliberalismo). E não me venham com as virtudes "auto-reguladoras" do Mercado. Basta ver como se combinam as gasolineiras e como aí funciona essa "auto-regulação"...


Enfim, feito este introito, aqui vos fica:


«Função Pública - Trabalhadores do Estado já custam o mesmo do que em 1981

Durante os últimos três anos, após a entrada da troika em Portugal, foram várias os sacrifícios pedidos aos portugueses, porém, talvez nenhum setor tenha sido tão afetado com o da Função Pública. Segundo notícia esta quarta-feira o jornal Público, a despesa com os trabalhadores do Estado regrediu, em termos orçamentais, para valores que só encontram paralelo em 1981, esperando-se que este ano esta rubrica absorva apenas 9,5% do PIB.
Cortes salariais, congelamento das carreiras, rescisões amigáveis, horários de 40 horas semanais e, por exemplo, cortes nos subsídios de férias e Natal, foram algumas das medidas impostas pelo Governo para fazer baixar a despesa com funcionários públicos.


O resultado? De 2010 a 2014, o peso da despesa com trabalhadores do Estado baixou dos 12,2% para os 9,5% do Produto Interno Bruto, valor que em 2015 deverá chegar aos 9%, segundo o que está inscrito no Documento de Estratégia Orçamental.
Mas a estratégia seguida pelo Governo poderá não dar os frutos pretendidos, uma vez que, segundo Joaquim Filipe Araújo, especialista em gestão pública da Universidade do Minho, consultado pelo jornal Público, o resultado final poderá ser apenas contabilístico, ficando a faltar fazer a verdadeira reforma do setor.
“Todas as mudanças que ocorreram nos últimos anos não têm qualquer estratégia de fundo e visam a resolução de problemas de curto prazo. (…) No final resolveremos a questão das contas públicas, mas criaremos um problema: uma administração fragmentada e sem coerência”, refere Araújo relativamente ao caminho seguido pelo Governo nos últimos anos e confirmada por José Oliveira Rocha, investigador na área da Administração Pública, que considera que “o Governo não se preocupou em gerir a administração pública, optou antes por gerir cortes”, referiu a este propósito.
O certo é que, três anos depois da entrada da troika em Portugal, de 2011 para 2013 o corte para os funcionários públicos com salário bruto acima de 1500 euros foi de 3,5% a 10%, sendo que desde o início do presente ano se verificou um corte também para os assalariados do Estado que recebam mais de 675 euros, que, neste caso, pode ir dos 2,5 aos 12%.»
in: http://www.noticiasaominuto.com/economia/213970/trabalhadores-do-estado-ja-custam-o-mesmo-do-que-em-1981?utm_source=gekko&utm_medium=email&utm_campaign=daily