segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"Quem tem medo do Lobo Mau??" - e quem gosta do Banco Bom? = Novo Banco...

Até parece uma estorinha infantil... O Banco Mau, o Banco Bom, digo, o Novo Banco... uns senhores maus (que até há pouco eram bons, digo muuuuito bons!) portaram-se mal, mas já está tudo resolvido, os meninos não tenham medo, que não lhe vamos dar mais tau-tau, nem tirar os rebuçadinhos... (- E os meninos acreditam...).
Que este banco do Espírito Santo a mim nunca me enganou... Aliás, ainda me enganou durante um ano, há uns anos atrás, quando dei conta que numa conta que lá tinha me "davam" 2,5€ de juros/mês e me rapinavam 3€/mês de comissões. Ou seja, quando de lá resolvi retirar o dinheiro q tinha depositado, afinal tinha menos do que lá tinha posto, e, para o retirar para outro banco, ainda me paparam mais uma comissão choruda pela transferência!!! - Bem, quando anunciei essa intenção de retirada, o sr. gerente do balcão cá da Aldeia, veio rapidamente a propor-me outro "produto" (é assim que os gajos dos bancos chamam às modalidades que inventam para lá apanharem as poupanças da malta). Entretanto foi dizendo que o "produto" anterior, o das comissões a 3€, até era um "produto" muito bom (para eles, claro!), pois que era uma conta especial de corrida em que, caso ficasse doente, me permitia chamar o médico a casa, ou se tivesse um cano roto, era também só telefonar (para o banco, suponho), que me mandavam também o picheleiro a casa, etc. e tal!... Coisas que em momento algum me tinham sido comunicadas, nem vi que figurassem em qualquer lado na papelada referente ao tal "produto", nem em letrinhas pequeninas...  Tendo-lhe frisado isso, o dito sr. gerente, depois da conversa da treta do costume, como os miúdos apanhados com a mão no pote (tudo isso devia ser ensaiado nas "acções de formação", tipo lavagens ao cérebro, que lhes dão, juntamente com a conversa dos "Objectivos", pois não é de qualquer maneira que se chega a serventuário graduado das estruturas do capitalismo) até já me restituía o  que me tinham sacado a mais! Pasmei. Então, oh sr. gerente, isto é como o negócio dos tapetes dos marroquinos? - retroquei. Ou seja, se cá o Zé das Couves não se queixar, está-se bem, vai-se depenando o pato; se o pato dá conta e se queixa, passasse-lhe a mão no pelo, canaliza-se o pato para outro "produto" e até se se lhe dá o que se lhe rapinou...
Achei que isto não era sério nem de entidade credível. Pior, disse-lhe mesmo, que achava que o BES, no meu conceito, passava a ser um Banco Ladrão. Foi quando a conversa azedou e o sr. me disse para ter cuidado com as palavras... Sim, porque nesse dia, os ladrões engravatados que o sr. gerente servia, ainda eram gente respeitável... Mas, tal como sempre, a História veio a dar-me razão! - Se bem que esses ladrões engravatados e de colarinho branco se safem sempre, pois os fundos secretos que têm nas contas numeradas na Suíça, decerto que ainda lhe dá para pagarem a grandes equipas de advogados, outros aldrabões que tais, que habilmente sabem explorar os furos de uma legislação desajustada das "complexidades" financeiras dos tempos que correm, ou então feita à medida pelas maiorias de lacaios que servem os grandes senhores naquele hemiciclo a que chamam A.R..
Bem, não vos demoro mais com os meus arrazoados. Tomem lá:
http://www.noticiasaominuto.com/economia/258700/garantias-de-que-contribuintes-estao-livres-do-bes-sao-falsas?utm_source=gekko&utm_medium=email&utm_campaign=afternoon

Megan Greene Garantias de que contribuintes estão 'livres do BES' são "falsas"
A economista e colunista Megan Greene, que se tem debruçado nos últimos anos sobre a crise das dívidas nos países sul-europeus, considera que serão “falsas” quaisquer afirmações que sugeriam que os contribuintes não serão prejudicados pelo resgate ao BES.
Recorde-se que o banco privado será dividido em ‘banco mau’ e em ‘banco bom’, estimando-se que virá a necessitar de quase cinco mil milhões de euros para se capitalizar. Este domingo à noite, governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, anunciou a solução para o BES, com o Governo, através de um comunicado do Ministério das Finanças, a afirmar que os contribuintes não terão de suportar quaisquer custos.
E é sobre esta questão que surgem as dúvidas de Megan Greene. Num comentário de que o The Guardian dá conta, publicado na rede social Twitter, Megan Greene considera que o resgate ao BES é “assustadoramente”  parecido com os resgates à banca irlandesa, “embora numa escala muito menor”. A economista acrescenta que serão “falsos” quaisquer comentários que sugiram que os contribuintes estão ‘livres’ da situação.
Na sua conta no Twitter, a cronista da Bloomberg dá também destaque a um artigo da autoria de Claire Jones, artigo esse que tem como título ‘Como roubar um país, ao estilo do Espírito Santo’ ('How to rip off a country, Espirito Santo style', lê-se no título original). Claire Jones já tinha escrito para a revista Forbes sobre a crise no banco privado.
Num outro tweet, em resposta a uma pergunta sobre o que mais receava, Megan Green foi taxativa relativamente ao que teme: "Que os custos sejam socializados em Portugal, implicando mais austeridade para reduzir a dívida pública".»
-------
E O QUE DIZ, ENTRETANTO, A SRª MINISTRA DAS FINANÇAS? – AQUI VAI:

http://www.noticiasaominuto.com/politica/258952/tem-de-haver-uma-investigacao-judicial-e-punicoes-severas
«Ministra "Tem de haver uma investigação judicial e punições severas"
Maria Luís Albuquerque esclareceu esta segunda-feira, em entrevista à SIC, que é premente a apuração de responsabilidades no caso BES e que existirão “punições severas, contraordenações e terá de haver uma investigação judicial”.»

- Ora descontando estas tretas das “punições” (para inglês ver/ouvir), o que interessa é que o que a senhora disse ao fim:
….. «O jornalista questionou ainda se foi posta em cima da mesa a possibilidade de deixar o banco falir, ao que Albuquerque reagiu dizendo que “uma falência de um banco desta dimensão traria um risco muito grande de instabilidade financeira”.»

Lá diz um velho provérbio que “ao menino e ao borracho, põe Deus (não fosse Ele o Espírito Santo) a mão por baixo” 

– Com as devidas adaptações, nós por cá, “ao menino, ao borracho E AO BANQUEIRO, põe Deus (ou seja, o Governo), a mão por baixo…” – Não fosse este o (des)Governo deles, e não se cobrassem nestas ocasiões os apoios chorudos que em períodos eleitorais os amigos banqueiros e grandes empresas concede generosamente aos tais do “arco da governação”… Vão lá agora as criaturas rebelarem-se contra os seus Criadores!...

Sem comentários:

Enviar um comentário