Sempre disse que o Futuro é a Agricultura, pois é dela que vem tudo o que se come (e comer é viver). Mas também disse que essa agricultura não estaria nas mãos de agricultores independentes e livres de antanho. Viriam os novos feudais, as novas "casas grandes", agora já não ao nivel da Aldeia, mas sim sedeada algures. Percebem agora qual o objectivo desta política de despedimentos em massa? percebem agora as tiradas de Ulrich's, Belmiros e quejandos? Percebem que numa situação de miséria, "eles" virão trabalhar para nós de borla (pela malga de caldo) na apanha dos pêssegos, ameixas, tomate, morangos, etc., em todos os vales da vilariça deste país? - Ou ainda não tinham chegado lá? - Eu, por mim, já cheguei, e apenas relembro do lendário medieval que, sempre que houve sherifes de Nottingham, sempre houve Robins Hood's e florestas de Sherwood...
Agora batam palmas à notícia:
http://www.jn.pt/125Anos/default.aspx?Distrito=Bragan%E7a&Concelho=Bragan%E7a&Option=Interior&content_id=3140769 - in: Jornal de Notícias, in: "Notícias ao Minuto"
«Sonae já tem 50 ha de pêssegos
no Vale da Vilariça
Publicado às
00.33h - 2013-04-02
GLÓRIA LOPES
Na região de
Bragança há um espaço de excelência agrícola, o Vale da Vilariça, onde os
produtores se estão a organizar para melhor tirar partido dos investimentos ali
realizados, sobretudo, no regadio.
Há uma
mudança silenciosa a acontecer no Vale da Vilariça. Na zona produz-se a melhor
fruta do país, graças ao índice Brix (concentração de açúcar medida com um
refratómetro) que atesta a excecionalidade daquele território devido ao solo e
às condições climatéricas de microclima. Os produtores estão a organizar-se.
Criaram um agrupamento. Estão a avançar com a certificação DOP (Denominação de
Origem Protegida) para o pêssego e o melão. A reforma da organização dos
terrenos e relocalização das culturas está em marcha. O objetivo é produzir com
a máxima rentabilidade apostando nas culturas certas, deixando de lado as
tradicionais como o olival e a vinha. Até o empresário Belmiro de Azevedo, através
de uma holding, comprou terrenos naquela, onde está a produzir pêssegos em 50
hectares. O vale é cada vez mais atraente para quem quer investir na
fruticultura e na horticultura.
Ultrapassados
que estão os problemas estruturais do vale, nomeadamente a falta de água para
regadio, com a conclusão de três barragens, e as acessibilidades precárias,
resolvidas com a abertura do IP2 e do IC5, neste momento, a grande luta é a
necessidade de ter uma agricultura competitiva para ganhar escala e quota de
mercado. "Nestes últimos anos tem havido a capacidade de tornar as
potencialidades do vale em verdadeiras oportunidades", referiu Manuel
Cardoso, diretor regional de Agricultura. Não é por acaso que tem havido
grandes investimentos e que a produção é escoada diretamente para as grandes
superfícies, com produtores que fazem parte dos clubes de produtores.
Só em
investimento público estão em marcha projetos que ultrapassam os dois milhões
de euros. Para o reforço da capacidade da barragem da Burga, a instalação de contadores
controlados por telegestão, e um projeto para a reorganização das culturas do
vale de modo a fazer unidades de produção maiores e homogéneas. Ainda reina o
minifúndio. Os agricultores querem criar explorações maiores, com gestão única,
agrupando vários produtores para reduzir custos na aquisição de fatores de
produção, a gestão do parque de máquinas, contração de mão de obra
especializada. "É preciso abertura de mentalidades para fazer isto",
admite Fernando Brás, presidente da Associação de Beneficiários do Vale da
Vilariça. O vale já produz muito e bem, mas emperra na comercialização. "O lucro fica nas empresas que compram a fruta e fazem a normalização e comercialização", explica José Almendra, técnico da associação. "A fruta tem qualidade, mas é vendida nas grandes superfícies sem a identificação do Vale da Vilariça", acrescentou. Outra ambição passa pela transformação da fruta, com o aproveitamento de subprodutos, fruta sem calibre para comercializar em fresco, que representa 20% da produção total e que tinha como destino o lixo. Os agricultores querem criar uma unidade para fazer a desidratação e vender como fruto seco. "Temos que aproveitar ao máximo o que temos", sublinha Fernando Brás. »
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