terça-feira, 9 de abril de 2013

"Falar claro" - quem já ouviu falar nisto?

Mão amiga fez-nos chegar uma ligação internética (vulgo "link") das que andam por aí, pelos vistos, já há bastante tempo na tal "aldeia global", mas a que nós aqui no mato só muito depois (e graças às mãos amigas) é que vamos chegando.
Porque também somos dos que abominamos leituras de posologias de medicamentos, manuais de instruções de máquinas e letrinhas minúsculas de documentação de Seguros e afins (que nunca é para nos beneficiarem, antes pelo contrário!), achámos piada às ideias desta jovem - ver aqui:

http://www.ted.com/talks/sandra-fisher-martins-the-right-to-understand.html#.Trax9lu7BFI.blogger  [clicar sobre esta ligação, para ver a apresentação]

Entretanto, procurámos saber mais, e o que encontrámos foi em Inglês:

«Why you should listen to her:

Sandra Fisher Martins helps Portuguese businesses and government agencies introduce clarity to their communications. After seeing a Plain English campaign in England, she was inspired to establish Portugues Claro-- a consulting and training firm that works to ensure that people are not disenfranchised by what she calls an "information apartheid" that keeps the majority of her fellow Portuguese from fully understanding documents they need for their daily lives. She is working to develop Euro-clear, a European diploma in clear communication.
Find more examples of plain language at Portugues Claro's website.
"Sabemos que, demasiadas vezes, a forma como o Estado e as empresas comunicam com o público confunde, exclui e intimida. (We know that, too often, the way the state and businesses communicate with the public confuses, intimidates and excludes.)"

Português Claro»
Nada mal para quem quer "falar claro", diremos nós. Aliás, toda a intervenção é legendada em Inglês, o que dá um ar mais fino à coisa, mostrando que a senhora funciona bem, efectivamente, entre o mundo culto da Europa civilizada (que fala inglês) e cá o indigenato parôlo que não percebe patavina de Português (quanto mais de Inglês, mas isso é outra questão). Assim, nós aqui, os da Aldeia real, tentámos traduzir a apresentação da mocinha, com ajuda de tradutores informáticos (pois apesar de campónios, não somos de todo info-excluídos). Aqui fica uma tentativa de tradução do que vai escrito acima:
«Por que é que você deve ouvi-la:
Sandra Fisher Martins ajuda as empresas portuguesas e as agências governamentais a introduzir clareza nas suas comunicações. Depois de ver uma campanhaPlain English” na Inglaterra, ela se inspirou para criarPortuguês Claro” - uma empresa de consultoria etreinamento” que trabalha para garantir que as pessoas não sejam marginalizados pelo que ela chama de "apartheid  na informação" e que mantém a maior parte dos seus seguidores Portugueses a compreender plenamente documentos de que precisam para suas vidas diárias. Ela está trabalhando para desenvolvero “ Euro-claro”, um diploma europeu em uma comunicação clara.
Encontrar mais exemplos de linguagem simples no site doPortuguês-claro”.
"Sabemos Que, demasiadas Vezes, uma forma Como o Estado e como Empresas comunicam com o Público confunde, exclui e intimidação. (Sabemos que, muitas vezes, a forma como o Estado e empresas se comunicam com o público confunde, intimida e exclui.) "
- Português Claro»
Perguntámo-nos depois, sendo isto tão importante, então por que é que nunca ninguém aqui pela aldeia ainda tinha ouvido falar disto? - Ah, percebemos melhor quando ao ouvir de novo a "perfomance" (não, pessoal, não tem a ver com "perfume" - refiro-me à actuação em palco da rapariga), ela dizia que se tinha despedido do sítio de onde trabalhava, para se dedicar a este "filão" que entretanto descobrira: traduzir essas linguagens complicadas, em linguagem simplificada. E isso naturalmente paga-se. Ou pode ser que a gente possa escrever para o porteiro da Doutora, e ele lhe peça para "traduzir" e depois ele nos envie as coisas em "Português claro". Mas... "péra lá!" - quanto é que ele nos vai cobrar pela comissão dele??
Isto não retira que esta senhora tenha razão. Deve-se exigir, de facto, que haja mais clareza na documentação técnica e administrativa que nos chega no dia-a-dia, mas, quem é que o pode impôr às empresas e "mandantes"? Não faria mais sentido criar-se um departamento da DECO para o efeito?
Enquanto isso, temos de continuar a esperar que o nosso Chiquinho venha cá de férias à aldeia, para nos decifrar o palavreado das tais cartas esquisitas, de Seguros, Bancos, EDP's, ou a posologia dos medicamentos, já que não é previsível que a nossa Sandrinha passe por cá.

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