Quando "in illo tempore"
estávamos ainda em tempo de "vacas gordas", houve quem me achasse
doudo por ter dado em profetizar que ainda iríamos viver uma nova Idade
Média... Nesses loucos anos 1990's do cavaquismo e do guterrismo, em que
corriam os rios de dinheiro de uma "Europa rica", julgava-se que o
maná nunca mais iria acabar, grandes obras, as Expos, as férias em paraísos
tropicais, ou os safaris baratos dos urbanóides das classes médias-altas a
fazer rodagem ao jipinho novo a terras do interior... Pois agora vinha um tolo
a falar-lhes em Idades Médias!...
Não a vislumbrei em nenhuma bola de
cristal, mas intuí-a na célebre parábola bíblica do hebreu José que adivinhava
os sonhos do Faraó: sete vacas gordas/sete vacas magras, sete espigas
gordas/sete espigas secas, a base da teoria dos ciclos da história económica...
Assim, quando veio a grande crise (com a
troika cá pela Tugalândia), ocorreu-me o paralelismo com a grande crise do
século III a preceder o declínio e queda do Império Romano (com a devida vénia
a Edward Gibbons)...
Depois vieram os Bárbaros... antes eram
altos, loiros e de olhos azuis... os dos novos tempos são morenos, usam
turbante e alguns usam as mesmas vestes com que entraram em 711... E vieram
também com o mesmo livro e o mesmo fanatismo...
Depois vieram os de olhos rasgados de um
império que cresceu à custa da fraqueza e decrepitude de uma Europa e um
Ocidente cada vez mais comodistas, consumistas, sem valores.
Foi, contudo, essa Europa e esse
Ocidente, que criaram a globalização de que agora são vítimas. Vítimas
económicas e sociais e, também agora, sanitárias. Para os chineses, morrer um
milhão ou dois de pessoas é indiferente (e até economicamente benéfico,
sobretudo se elimina o "peso morto" da sociedade, ou seja, os mais
velhos, que deixaram de ser "factores de produção"); para o Ocidente,
estas perdas, em sociedades efeminadas e comodistas que deixaram de procriar,
potenciam a proliferação dos grupos mais "bárbaros" (atenção:
"bárbaros", para os greco-latinos, eram os estrangeiros), abrindo
definitivamente as comportas para todos os mais que venham, para compensar o saldo
demográfico negativo, agora mais agravado pela pandemia, a nova PESTE NEGRA,
que agora chegou...
Guerras, Peste, Fome... e com Fome, mais
Peste e mais Guerra.
Gostei. Estou completamente de acordo com as verdades ciclicas descritas.Parabéns
ResponderEliminarA Mãe Natureza lança, impiedosamente, os seus correctores....
ResponderEliminarConcordo, são "espasmos" cíclicos deste pequeno planeta.....