Desde há muitos anos que se foi insinuando o velho princípio neoliberal segundo o qual:
- Sector Público = incompetentes, calaceiros que vivem à conta dos "nossos impostos";
- Sector Privado = eficiência, gente honrada que trabalha muito (e, coitadinhos, são sugados pelo Estado para pagar aos calões parasitas do sector público).
E eis então senão quando, pouco a pouco, ou muito a muito, começou o famoso PPEC (Processo de Privatizações Em Curso). Mas, à maneira tuga, as privatizações são muito sui generis, ou seja, nunca o são na totalidade, à maneira americana, em que o "empreendedor" (adoro este palavrão!) espreita o furo, e manda-se à vida por conta e risco. Por cá, isso raramente acontece. O "empreendedor" tuga, ainda antes de "empreender", já está a estudar o mecanismo de como há-de ir mamar à teta do sector público (do qual passa a vida a dizer mal), seja o Estado, sejam as autarquias, estas verdadeiras incubadoras de empresinhas-satélite.
Assim, quando se trata de certos serviços públicos de maior alcance (que deveriam ser responsabilidade do Estado), foram congeminadas as famosas PPP's (Parcerias Público-Privadas)... As mesmas que ajudaram a afundar a Tugalândia e conduziram à intervenção da "troika".
Querem um exemplo de uma destas famosas PPP (deveriam ser antes: p.q.p. os "privados")? Ora tomem lá:
http://observador.pt/2017/10/26/siresp-recebeu-mais-4-ate-final-de-junho-e-nao-teve-penalidades/ (atenção: este pasquim on line é altamente insuspeito, pois é o órgão oficioso do neoliberalismo tuga, nado durante o reinado do passos-coelhismo).
- Bem, e sobre a eficiência e competência do tal de SIRESP, estamos conversados... - já agora, acresce dizer que o dito SIRESP foi criado durante o reinado "socrático" com o actual PM como ministro da AI, mas continuado durante o passos-coelhismo, que nisto de negócios o "centrão" entende-se bem, cada qual com os seus "expertos" de serviço...
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
domingo, 22 de outubro de 2017
Lobby da indústria farmacêutica, dos USA para o mundo...
É preciso avisar a malta:
O Prémio Nobel da Medicina Richard J. Roberts denuncia
a forma como funcionam as grandes Farmacêuticas dentro do sistema capitalista,
preferindo os benefícios económicos à Saúde, e detendo o progresso científico
na cura de doenças, porque a cura não é tão rentável quanto a cronicidade.
Há poucos
dias, foi revelado que as grandes empresas Farmacêuticas dos EUA gastam
centenas de milhões de dólares por ano em pagamentos a médicos que promovam os
seus medicamentos. Para complementar, reproduzimos esta entrevista com o Prémio
Nobel Richard J. Roberts, que diz que os medicamentos que curam não são
rentáveis e, portanto, não são desenvolvidos por empresas Farmacêuticas que, em
troca, desenvolvem medicamentos codificadores que sejam consumidos de forma
serializada.
Isto, diz Roberts, faz
também com que alguns medicamentos que poderiam curar uma doença não sejam
investigados. E pergunta-se até que ponto é válido e ético que a indústria da
Saúde se reja pelos mesmos valores e princípios que o mercado capitalista,
que chega a assemelhar-se ao
da máfia.
A investigação pode ser planeada?
Se eu
fosse Ministro da Saúde ou o responsável pela Ciência e Tecnologia, iria
procurar pessoas entusiastas com projectos interessantes; dar-lhes-ia dinheiro
para que não tivessem de fazer outra coisa que não fosse investigar e
deixá-los-ia trabalhar dez anos para que nos pudessem surpreender.
Parece uma boa política.
Acredita-se que, para ir
muito longe, temos de apoiar a pesquisa básica, mas se quisermos resultados
mais imediatos e lucrativos, devemos apostar na aplicada …
E não é assim?
Muitas
vezes as descobertas mais rentáveis foram feitas a partir de perguntas muito
básicas. Assim nasceu a gigantesca e bilionária indústria de biotecnologia dos
EUA, para a qual eu trabalho.
Como nasceu?
A
biotecnologia surgiu quando pessoas apaixonadas começaram a perguntar-se se
poderiam clonar genes e começaram a estudá-los e a tentar purificá-los.
Uma aventura.
Sim, mas ninguém esperava
ficar rico com essas questões. Foi difícil conseguir financiamento para
investigar as respostas, até que Nixon lançou a guerra contra o cancro em 1971.
Foi cientificamente produtivo?
Permitiu,
com uma enorme quantidade de fundos públicos, muita investigação, como a minha,
que não trabalha directamente contra o cancro, mas que foi útil para
compreender os mecanismos que permitem a vida.
O que descobriu?
Eu e o
Phillip Allen Sharp fomos recompensados pela descoberta de intrões no ADN eucariótico
e o mecanismo de gen splicing (manipulação genética).
Para que serviu?
Essa
descoberta ajudou a entender como funciona o ADN e, no entanto, tem apenas uma
relação indirecta com o cancro.
Que modelo de investigação lhe parece mais eficaz, o norte-americano
ou o europeu?
É óbvio
que o dos EUA, em que o capital privado é activo, é muito mais eficiente.
Tomemos por exemplo o progresso espectacular da indústria informática, em que o
dinheiro privado financia a investigação básica e aplicada. Mas quanto à
indústria de Saúde… Eu tenho as minhas reservas.
Entendo.
A
investigação sobre a Saúde humana não pode depender apenas da sua
rentabilidade. O que é bom para os dividendos das empresas nem sempre é bom
para as pessoas.
Expliquemo-nos:
Expliquemo-nos:
A indústria farmacêutica quer servir os
mercados de capitais …
Como qualquer outra indústria.
É que não é qualquer outra indústria: nós estamos a falar sobre a nossa Saúde e as nossas vidas e as dos nossos filhos e as de milhões de seres humanos.
Mas se eles são rentáveis investigarão melhor.
Se só pensar em lucros, deixa de se preocupar com servir os seres humanos.
Por exemplo…
Eu verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado completamente com uma doença …
Como qualquer outra indústria.
É que não é qualquer outra indústria: nós estamos a falar sobre a nossa Saúde e as nossas vidas e as dos nossos filhos e as de milhões de seres humanos.
Mas se eles são rentáveis investigarão melhor.
Se só pensar em lucros, deixa de se preocupar com servir os seres humanos.
Por exemplo…
Eu verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado completamente com uma doença …
E por que pararam de investigar?
Porque as
empresas Farmacêuticas muitas vezes não estão tão interessadas em curar as
pessoas como em sacar-lhes dinheiro e, por isso, a investigação, de repente, é
desviada para a descoberta de medicamentos que não curam totalmente, mas que
tornam crónica a doença e fazem sentir uma melhoria que desaparece quando se
deixa de tomar a medicação.
É uma acusação grave.
Mas é
habitual que as Farmacêuticas estejam interessadas em linhas de investigação
não para curar, mas sim para tornar crónicas as doenças com medicamentos codificadores
muito mais rentáveis que os que curam de uma vez por todas. E não tem de fazer
mais que seguir a análise financeira da indústria farmacêutica para comprovar o
que eu digo.
Há dividendos que matam.
É por isso
que lhe dizia que a Saúde não pode ser um mercado nem pode ser vista apenas
como um meio para ganhar dinheiro. E, por isso, acho que o modelo europeu misto
de capitais públicos e privados dificulta esse tipo de abusos.
Um exemplo de tais abusos?
Deixou de
se investigar antibióticos por serem demasiado eficazes e curarem
completamente. Como não se têm desenvolvido novos antibióticos, os
microorganismos infecciosos tornaram-se resistentes e hoje a tuberculose, que
foi derrotada na minha infância, está a surgir novamente e, no ano passado,
matou um milhão de pessoas.
Não fala sobre o Terceiro Mundo?
Esse é
outro capítulo triste: quase não se investigam as doenças do Terceiro Mundo,
porque os medicamentos que as combateriam não seriam rentáveis. Mas eu estou a
falar sobre o nosso Primeiro Mundo: o medicamento que cura tudo não é rentável
e, portanto, não é investigado.
Os políticos não intervêm?
Não
tenho ilusões: no nosso sistema, os políticos são meros funcionários dos
grandes capitais, que investem o que for preciso para que os seus boys
sejam eleitos e, se não forem, compram os eleitos.
Há de tudo.
Ao
capital só interessa multiplicar-se. Quase todos os políticos, e sei do que
falo, dependem descaradamente dessas multinacionais Farmacêuticas que financiam
as campanhas deles. O resto são palavras…
Fonte: paradigmatrix
Nota: sublinhados meus - ti Zé.
Nota: sublinhados meus - ti Zé.
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Erasmus+
Uma delegação composta pelos professores Álvaro Pinto, Luísa
Figueiredo e Ricardo Santelmo e pelos alunos Bruna Eiriz, Carlota Koehnen e
Hugo Pereira, representou a Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco de Vila
Real, entre os dias 23 e 30 de Setembro na Hungria, no âmbito do seu projeto
Erasmus+. Os trabalhos decorreram nas cidades de Budapeste, Téglás e Debrecen.
Entre oficinas, provas desportivas e conferências há a salientar
a aula preparada pela delegação portuguesa sobre a Rainha Santa Isabel de
Portugal e a sua tia-avó, a também Rainha Santa Isabel da Hungria. Esta lição que
vagueou entre as Histórias dos dois países, entre as regiões vinícolas do Tokaj
e do Douro, entre Puskás e Cristiano Ronaldo, foi ilustrada musicalmente com a
análise e interpretação de uma cantiga de amigo de D. Dinis, bem como de outros
temas musicais portugueses com destaque para o fado e a marcha de Vila Real.
Partilharam-se experiências pedagógicas, especialmente uma
metodologia inovadora, o CLIL, potenciadora do sucesso educativo dos alunos.
Portugal e, em especial, Vila Real foram promovidos e
deixaram nos corações húngaros e nos das delegações parceiras o desejo de um
reencontro para futuras partilhas.
A mão criminosa da "indústria dos fogos"
Finalmente apareceu alguém, entre os chamados "opinion makers", que disse o que andamos a dizer por aqui há muito tempo:
José Gomes Ferreira diz que as pessoas que ateiam fogo nas florestas sabem "estudar os dias e o vento para arder o máximo possível". Em entrevista no Jornal da Noite, o diretor-adjunto de Informação da SIC, fala na importância de haver uma auditoria para tentar perceber o porquê de haver tantas ignições e saber se há alguém que ganhe com esta vaga de incêndios. (in SIC Notícias, 2017.10.18)
Ver aqui: http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2017-10-18-Quem-faz-isto-sabe-estudar-os-dias-e-o-vento-para-arder-o-maximo-possivel
José Gomes Ferreira diz que as pessoas que ateiam fogo nas florestas sabem "estudar os dias e o vento para arder o máximo possível". Em entrevista no Jornal da Noite, o diretor-adjunto de Informação da SIC, fala na importância de haver uma auditoria para tentar perceber o porquê de haver tantas ignições e saber se há alguém que ganhe com esta vaga de incêndios. (in SIC Notícias, 2017.10.18)
Ver aqui: http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2017-10-18-Quem-faz-isto-sabe-estudar-os-dias-e-o-vento-para-arder-o-maximo-possivel
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
A morte antecipada da aldeia (real)...
Foto de Adriano Miranda/Público
Já rios de tinta correram sobre o tema dos incêndios, e, como tal, tudo o que mais se possa acrescentar é chover no molhado. Mas, das várias coisas que lemos, e porque este blogue tem por título o trocadilho entre o "aqui d'el rei" e o "aqui d'aldeia", em que se subentende o "quem nos acode?", se bem que atiremos para a dita "aldeia global", é sempre a "aldeia real" que nos serve de norte, ainda que muitas vezes nesse conceito envolvamos a Tugalândia, país imaginário habitado pelos Tugas.
E, comovendo-nos como Marcelo sobre a tragédia, a pergunta que mais nos perturbou foi feita por alguém sofrido, algures perto de Vouzela, reproduzida numa reportagem da jornalista Natália Faria, de que se fez eco a tribuna neoliberal que dá por nome de "Observador", e que foi esta: “Depois disto, o que é que nos segura cá?”.
Com a devida vénia, transcrevemos o resto:
Sim, é isso. O que é que ainda nos segura cá? Remam contra a maré, últimos moicanos resistentes, cercados e avassalados pela "civilização" global, num tempo e lugar onde se tornou contraproducente produzir o quer que seja, pois que a concorrência da agricultura industrializada de porcarias feitas à pressão, desde batatas transgénicas aos pitos de aviário cheios de nitrofuranos e hormonas que decerto têm amaricado as sociedades urbanóides, e, por fim, isto!!
E agora esperem só pelo que vem por aí... Quando estes últimos resistentes tiverem desistido, a vegetar num lar qualquer, os filhos e netos, perdidos algures na cidade ou na estranja, vão em breve receber o fatídico telefonema dos agentes dos oligopólios que vão começar a comprar a terra queimada por tuta e meia. Segue-se o emparcelamento, virão potentes máquinas que vão escalavrar todos os solos milenares, e, seguindo projectos bem delineados em gabinetes de silvicultores altamente especializados e aconselhados por peritos em incêndios florestais, começarão sistematicamente o plantio da nova floresta neoliberal, a mata que não arde, altamente produtiva, com espécies de crescimento rápido, para pasta de papel e mobiliário do Ikea, tudo controlado por computador a partir da Suécia, ou da China, ou de outro ponto qualquer da aldeia global... - Claro que terão por cá os seus agentes locais, como aquele sr. ministro que se queixava, há muitos anos, de estar a perder dinheiro no governo (era um alto quadro da portucel), mas que de lá o não deixaram sair enquanto não produziu, durante mais de 10 anos, uma série de legislação para acobertar a eucaliptação da Tugalândia.... Ou o outro das negociatas dos chaparros, que decerto se perfila para ser ministro de agricultura e florestas num futuro governo pós-geringonça... para além da sua querida líder, que igualmente favoreceu a eucaliptação na sua passagem também pelo ministério da agricultura... Por isso, as suas moções de censura são lágrimas de crocodilos ávidos de voltar aos postos de controlo das centrais de distribuição de apoios a esses grandes oligopólios que os patrocinam e de que são agentes e testas de ferro.
Sim, a morte da aldeia real é também isto: a morte de um velho mundo moribundo patente nos olhos do homem da fotografia captada pelo repórter urbano. Espécie mais em vias de extinção que o desaparecido lince da Malcata. Com ele morre um passado milenar, neolítico, de gente com valor e valores agarrada ao seu rincão sagrado. Vem um novo mundo de criaturas sem alma e sem rosto, dominando extensos feudos decerto guardados por guardas armados, talvez netos destes homens, que se irão tornar servos deste miserável sistema que suspeito por detrás desta política de terra queimada. Sim, essa nova floresta capitalista não vai arder, não. Vigiada permanentemente por satélite e por drones e patrulhada por guardas privados, ninguém ouse pôr um pé nela. E, nesse dia, os pirómanos receberão o seu emprego, ou na patrulha de vigilância, ou nas equipas de abate ou serração.
Preparem-se. Vem aí a nova floresta neoliberal, asséptica, a mata que não arde, altamente produtiva. O pinhal "nacional" desde D. Dinis, já era, tal como o pinhal do ti António, do ti Manel, ou do Ti Zé da aldeia real... Acabou. É preciso "modernizar a nossa floresta", vai ser o mote. E o papalvo come e aplaude.
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Como vai o grande negócio de Verão e... de Outono!
Dizem que ontem foi "o pior dia do ano" da "época dos incêndios-2017" - ver aqui:
http://observador.pt/2017/10/16/tudo-o-que-se-sabe-sobre-o-pior-dia-de-incendios-do-ano/
Já o dissemos e escrevemos diversas vezes: os incêndios florestais (que agora alastram também para casas e povoados), é o grande negócio de Verão - ver aqui: https://aquidaldeia.blogspot.pt/2016/08/ainda-sobre-os-fogos-de-verao-e-porque.html
E, como este ano o verão se prolongou, continua o negócio, já o Outono vai alto. Digamos que foi um "bom ano" para os negociantes do sector.
Cenários dantescos, milhares de hectares de terra queimada, casas, carros, pessoas e animais mortos, carbonizados. De vez em quando apanha-se um pirómano que, uma vez identificado, é posto em liberdade, quando muito a aguardar julgamento, enquanto trata (ou alguém por ele) do devido certificado psiquiátrico.
Décadas e décadas de um país (será?) a arder... E, como disse o sr. primeiro ministro, habituem-se, porque isto vai continuar. Pois, nem Sirespes, nem Sirespas, tudo pago chorudamente para coisa nenhuma. Sim, "isso" foi apenas mais um dos muitos e chorudos negócios que gravitam em torno dos "fogos"... Claro que isto nunca acabará, porque num sistema iníquo que é o do capitalismo selvagem, a palavra central de tudo isto é: N E G Ó C I O !!!... entenderam?? dito em inglês: B U S I N E S S !!!- já que é dos mundos anglo-saxónicos, com o expoente máximo nos EUA's, que tal sistema emana.
Assim, do mesmo modo que inventaram a informática, logo a seguir inventaram os vírus informáticos... e, os mesmos que inventaram os vírus informáticos, logo a seguir inventaram os anti-vírus informáticos... E em relação às doenças, quantas não terão sido propagadas para depois se venderem os "remédios"? Tal como me lembra de ouvir aos velhos que, noutros tempos, passavam aviões a deitar do ar escaravelhos da batata, para depois se vender o DDT...
E o problema está mesmo nos DDT's, agora com outro significado, como bem o sabe um famoso banqueiro, agora em palpos de aranha e mó de baixo, valha-nos o sistema judicial.
Pelo que, esperemos, logo que o dito sistema judicial consiga ganhar a guerra contra o sistema corrupto-democrático que dá cobertura ao (aliás, é eleito pelo) sistema corruptor-económico (=capitalismo), resta-nos a esperança de que se comece a esmiuçar o que está por detrás deste grande negócio de verão (e outono). Dos pulhíticos não há nada a esperar. São apenas os que compram os submarinos e os "meios aéreos" que os agentes do capitalismo lhes metem pelos olhos a dentro, em luzidos cardápios, para os adquirirem com o nosso dinheiro. - Estão a ver? tantos fogos... quantos aviõezinhos têm? e helicópteros? pois, como se vê, não chegam... têm que alugar mais... ou comprar mais... Quando é que é a reunião com o/a sr(ª). ministro? - ok, depois levamos o catálogo com os novos modelos... Ah, e também podemos conversar sobre o novo dispositivo de detecção remota de fogos - último modelo - e substituir o sistema obsoleto do Siresp...
- É tudo uma questão de se estabelecer a correlação entre fogos e vendas e certamente as "escutas" confirmariam as aquisições, o quem vende a quem, e o quem manda fazer o "trabalhinho" ao pirómano coitadinho que é maluquinho...
Por alguma razão não são promulgadas leis draconianas, tipo pena máxima para pirómanos, a menos que "cantassem" quem são os (co)mandantes... E por alguma razão não se investe numa efectiva política de prevenção, em vez de se alimentar a indústria do apaga-fogos.
Bem, decerto haverá ainda uma outra explicação, a qual vamos ter de esperar para ver. Ou seja, veremos se agora não se vai suceder um emparcelamento da propriedade rústica nas mãos de grandes oligopólios florestais e agrícolas (inscrevendo-se esta política de terra queimada na eliminação do que resta do tradicional minifúndio multissecular) e, aí sim, os novos senhores tratarão de cuidar bem das sua novas matas celulósicas ou afins, talvez até com guardas armados a patrulhar as novas florestas privadas (nova forma de emprego para os seus antigos pirómanos)...
É-me cada vez mais estranho este mundo em que vivemos.
Decididamente, o meu reino não é deste (i)mundo.
http://observador.pt/2017/10/16/tudo-o-que-se-sabe-sobre-o-pior-dia-de-incendios-do-ano/
Já o dissemos e escrevemos diversas vezes: os incêndios florestais (que agora alastram também para casas e povoados), é o grande negócio de Verão - ver aqui: https://aquidaldeia.blogspot.pt/2016/08/ainda-sobre-os-fogos-de-verao-e-porque.html
E, como este ano o verão se prolongou, continua o negócio, já o Outono vai alto. Digamos que foi um "bom ano" para os negociantes do sector.
Cenários dantescos, milhares de hectares de terra queimada, casas, carros, pessoas e animais mortos, carbonizados. De vez em quando apanha-se um pirómano que, uma vez identificado, é posto em liberdade, quando muito a aguardar julgamento, enquanto trata (ou alguém por ele) do devido certificado psiquiátrico.
Décadas e décadas de um país (será?) a arder... E, como disse o sr. primeiro ministro, habituem-se, porque isto vai continuar. Pois, nem Sirespes, nem Sirespas, tudo pago chorudamente para coisa nenhuma. Sim, "isso" foi apenas mais um dos muitos e chorudos negócios que gravitam em torno dos "fogos"... Claro que isto nunca acabará, porque num sistema iníquo que é o do capitalismo selvagem, a palavra central de tudo isto é: N E G Ó C I O !!!... entenderam?? dito em inglês: B U S I N E S S !!!- já que é dos mundos anglo-saxónicos, com o expoente máximo nos EUA's, que tal sistema emana.
Assim, do mesmo modo que inventaram a informática, logo a seguir inventaram os vírus informáticos... e, os mesmos que inventaram os vírus informáticos, logo a seguir inventaram os anti-vírus informáticos... E em relação às doenças, quantas não terão sido propagadas para depois se venderem os "remédios"? Tal como me lembra de ouvir aos velhos que, noutros tempos, passavam aviões a deitar do ar escaravelhos da batata, para depois se vender o DDT...
E o problema está mesmo nos DDT's, agora com outro significado, como bem o sabe um famoso banqueiro, agora em palpos de aranha e mó de baixo, valha-nos o sistema judicial.
Pelo que, esperemos, logo que o dito sistema judicial consiga ganhar a guerra contra o sistema corrupto-democrático que dá cobertura ao (aliás, é eleito pelo) sistema corruptor-económico (=capitalismo), resta-nos a esperança de que se comece a esmiuçar o que está por detrás deste grande negócio de verão (e outono). Dos pulhíticos não há nada a esperar. São apenas os que compram os submarinos e os "meios aéreos" que os agentes do capitalismo lhes metem pelos olhos a dentro, em luzidos cardápios, para os adquirirem com o nosso dinheiro. - Estão a ver? tantos fogos... quantos aviõezinhos têm? e helicópteros? pois, como se vê, não chegam... têm que alugar mais... ou comprar mais... Quando é que é a reunião com o/a sr(ª). ministro? - ok, depois levamos o catálogo com os novos modelos... Ah, e também podemos conversar sobre o novo dispositivo de detecção remota de fogos - último modelo - e substituir o sistema obsoleto do Siresp...
- É tudo uma questão de se estabelecer a correlação entre fogos e vendas e certamente as "escutas" confirmariam as aquisições, o quem vende a quem, e o quem manda fazer o "trabalhinho" ao pirómano coitadinho que é maluquinho...
Por alguma razão não são promulgadas leis draconianas, tipo pena máxima para pirómanos, a menos que "cantassem" quem são os (co)mandantes... E por alguma razão não se investe numa efectiva política de prevenção, em vez de se alimentar a indústria do apaga-fogos.
Bem, decerto haverá ainda uma outra explicação, a qual vamos ter de esperar para ver. Ou seja, veremos se agora não se vai suceder um emparcelamento da propriedade rústica nas mãos de grandes oligopólios florestais e agrícolas (inscrevendo-se esta política de terra queimada na eliminação do que resta do tradicional minifúndio multissecular) e, aí sim, os novos senhores tratarão de cuidar bem das sua novas matas celulósicas ou afins, talvez até com guardas armados a patrulhar as novas florestas privadas (nova forma de emprego para os seus antigos pirómanos)...
É-me cada vez mais estranho este mundo em que vivemos.
Decididamente, o meu reino não é deste (i)mundo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)