O Sahara Forest Project (SFP), na designação original em inglês, é uma iniciativa que pretende, através da combinação de soluções tecnológicas ambientais, a produção de alimento, água doce, biocombustíveis e eletricidade em áreas desérticas de baixa altitude e com muito sol.
Para testar a viabilidade do conceito, que envolve apenas o consumo de água salgada e energia solar, foi realizada uma experiência piloto no Qatar ao longo dos últimos dois anos e meio, que chegou agora ao fim.
Os principais resultados incluem, para além de uma produção acima das 34.000 toneladas de vegetais anuais previstas para 50 hectares de estufas refrigeradas, a integração bem sucedida das tecnologias solar e de dessalinização. Com efeito, a central solar concentrada anexa funcionou de forma a produzir eletricidade suficiente para alimentar os sistemas de controlo das estufas e as suas bombas, e ainda permitiu ainda a dessalinização de água do mar para regar as plantas.
Por outro lado, foi comprovado o efeito refrescante das sebes evaporativas exteriores, que reduziram em cerca de 10 graus Célsius a temperatura ambiente, viabilizando o cultivo de vegetais e cereais fora da estufa.
Por fim, conseguiu-se produzir sal em charcos evaporativos de grandes dimensões, estabelecer culturas de algas tolerantes ao calor e ainda cultivar com sucesso, em água salgada, plantas herbáceas para a produção biocombustíveis.
“Os extraordinários resultados demonstrados no terreno revelam o potencial para permitir o crescimento fortificante e criação de valor em terras áridas”, conclui Joakim Hauge, diretor do SFP.
Por outro lado, os responsáveis das empresas parceiras na implementação da experiência piloto no Qatar defendem que os resultados obtidos comprovam que o SFP constitui uma solução para vários problemas.
“Vemos este protótipo como algo que permite resolver questões de segurança alimentar em territórios afetados pela desertificação, mas também como uma ferramenta para erradicar a pobreza através da criação de empregos a grande escala”, referem Pierre Herben (Yara International) e Humoud Al-Mannai (Qatar Fertilizer Company, Qafco).
No website do SPF, é indicado ainda que os resultados relativos à produtividade agrícola do sistema piloto permitem estimar que com apenas 60 hectares de estufas no deserto refrigeradas usando água salgada, é possível produzir o equivalente à quantidade importada anualmente pelo Qatar de pepinos, tomates, pimentos e beringelas.
Notícia lida aqui
atenção que a coisa pode não ser tão brilhante quanto parece. É que a dessalinização é um processo muito caro (não é por acaso que só é usado em locais onde a carência de água é extrema), que gasta muito combustível...
ResponderEliminarboa observação Emília Novo!
ResponderEliminarTalvez haja necessidade de se avançar mais nas tecnologias de dessalinização de forma a tornar isso mais barato. Era muito bom para todos se se conseguissem amplas zonas verdes nas zonas sub-desérticas, por forma a alimentar essas bombas-relógio demográficas que vão desde as Arábias, Egiptos, Líbias, etc até Marrocos. De contrário, e com a sahelização, virão todos para a Europa, aumentando aqui os problemas, além do choque cultural que já se sabe..... e os nossos descendentes serão uma escassa minoria sob a grande Europa islâmica.... (e serão eles depois tão tolerantes e "compreensivos" quanto o somos, ou temos de ser, com eles, hoje)?
ResponderEliminarTemos de nos ir preparando para os novos desafios que o futuro nos possa colocar, e serão muitos a avaliar pela forma como os governantes têm vindo a decidir sobre o destino da nossa espécie e de todo o planeta Terra. Por várias razões, é urgente encontrar soluções que apontem para o reequilíbrio, ou menor desigualdade, em todo o mundo!
ResponderEliminarExactamente, C.!
ResponderEliminar