Continua o "fartar vilanagem"...
Esta foi do "nosso monhé", ou alguém lhe encomendou o sermão... Não é que o rapaz nomeado não valha um "Vintém", pois que pelos vistos vale muuuitos vinténs... Mas é o que está a dar... Como aqui temos dito, crije, crije, mas é só para alguns... Há que arranjar qualquer coisita para os "nóchos" rapazes, enquanto é tempo... - Já agora, "jornalista" ou "assessor de Imprensa", na verdade será uma espécie de "cão de guarda" do sistema, para usar uma expressão de Serge Halimi...
Aqui vos fica:
«Governo - 'Boy' do PSD
nomeado assessor de Barreto Xavier
Um consultor de
comunicação do PSD, de 24 anos, foi nomeado para assessor do secretário de
Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e vai ganhar o equivalente à de um
adjunto, ou seja, 3.069,33 euros por mês, divulgou o Governo em Diário da
República.
João Filipe Vintém Póvoas
era consultor de comunicação dos sociais-democratas, mas agora este ‘boy’ do
PSD vai exercer funções de assessoria no Governo. A informação foi publicada no
passado dia 8 de Novembro, em Diário da República.
O agora assessor do Ministério da Cultura vai ter a
mesma remuneração do que a de um adjunto, de acordo com a mesma publicação.
“(…) Designo como técnico especialista, o Mestre João
Filipe Vintém Póvoas, para exercer funções na área da assessoria de comunicação
no meu gabinete”, lê-se no despacho emitido a 29 de Outubro e assinado pelo
secretário de Estado.
Além disso, “o estatuto remuneratório do designado é o
dos adjuntos”, o que equivale a 3.069,33 euros mensais.
João Filipe Vintém Póvoas tem 24 anos e do seu
currículo constam um mestrado de Jornalismo Televisivo, pela Universidade de
Sheffield, no Reino Unido. Antes de ser consultor de comunicação do partido
‘laranja’, trabalhou como jornalista na Rádio Renascença, meio onde tinha
estagiado antes
in: Noticias ao Minuto, 18 de Novembro
de 2013
Ah, pelos vistos o assunto já havia sido glozado por um articulista do Expresso... - que, por acaso, nos últimos tempos até anda muito neoliberal, mas que aqui se demarca desta:
«Há notícias que só leio passados dias, ou que me escapam de todo. Ontem, porém, ao ler a edição semanal do Expresso dei com um comentário a uma notícia do 'Correio da Manhã". Quando a fui ler no 'Correio da Manhã' reparei que ela já tinha sido comentada por uma jornalista daquele jornal. Este é, portanto, o terceiro comentário sobre o mesmo assunto, depois dos que foram feitos pelos meus colegas Fernanda Cachão, do CM, e João Garcia, diretor-adjunto do Expresso.
Porém, considero que não é demais repetir. E espero que alguns leitores partilhem o assunto. Algum modo há de existir para que certas coisas não continuem. E se não houver modo, pelo menos os responsáveis hão-de ler por todo lado comentários críticos que retratam a vergonha que deviam ter.
A questão é a seguinte: Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, departamento que não tem dinheiro para - como se costuma dizer - mandar cantar um cego e vai cortar 15 milhões de euros em despesas com pessoal, recrutou um 'boy' do PSD para o seu gabinete a quem vai pagar como adjunto. Ou seja, mais de três mil euros, mais do que ganha um diretor de serviços, ou, como escreve no Expresso João Garcia, "mais que juiz, o mesmo que coronel, o dobro de professor'. Fernanda Cachão ironiza que "afinal há dinheiro" desde que seja "money for the boys".
Mas o melhor, o melhor mesmo é o currículo do adjunto. Tem 24 anos, três workshops no centro de formação de Jornalistas, Cenjor, fez o estágio na Rádio Renascença onde trabalhou oito meses e foi durante cinco meses consultor de comunicação do... PSD! Uau!!
Acresce que Barreto Xavier, antes desta contratação já tinha três adjuntos, sete técnicos especialistas, duas secretárias pessoais, chefe de gabinete, dez técnicos administrativos, três técnicos auxiliares e três motoristas.
Falta dinheiro (salvo para os boys) mas há excesso de descaramento.
Digamos que se há algo que não falta é vergonha.» - Henrique Monteiro, in "Expresso"