sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Bubo Bubo II

Neste meu entretém de observar o “zoo humano” (a expressão é de Morris) descrevi-vos, há tempos, essa curiosa ave que é o Bubo Bubo. É preciso que se diga que esta é uma classificação genérica que designa uma pluralidade de espécimes. Sim, porque na Aldeia o Manda-Chuva tinha vários (muitos/as) ao serviço. No caso em apreço soubemos depois que a “transferência” de pouso tinha antecedentes (que para BB eram “pergaminhos”). O caso é simples: estas criaturas quando procuram merenda (leia-se, um pouso), lambem pés e mãos aos Manda-chuvas. Depois, bem, depois querem sempre mais e mais. E vigiam com fita-métrica as outras aves ao serviço, para ver se as benesses dessas excedem as suas, pois que o seu “trabalho “(o tal, de informações) é sumamente precioso e, como tal, deve ser sempre melhor remunerado. Para além do trabalho da escova e o preço da lata de graxa (os Manda-chuvas andam sempre com sapatos bem polidos). Todavia, quando as “promoções” no poleiro e a merenda não aumentam, os BB’s começam a andar descontentes. E começam a piar alto… É quando os Manda-chuvas se fartam e os ameaçam que lhes dão com o pau. Isso é inconsequente quando os Manda-chuvas estão também seguros no seu poleiro. Todavia, quando há aproximação de borrasca, o instinto apurado dos BB’s levam-nos logo a procurar outro Manda-chuva que lhes permita manter o seu lugarzito ao sol. Há quem lhe chame “traição”. Nããã…. é simplesmente “instinto de sobrevivência”…

E lá vamos vendo os BB’s, solicitamente, a abrir a porta e a fazer a vénia aos novos manda-chuvas, e, calmamente, pousados/as estrategicamente em lugar onde possam ver e ouvir bem, para depois levarem a quem paga – aliás, por causa desse mister de repetição é que o seu nome científico é duplicado: Bubo-Buuubo!

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