quarta-feira, 20 de março de 2013

Ainda o caso Cipriota... e o que daí decorre

Pela amostra do caso cipriota, percebe-se o que "eles" (as eminências pardas por detrás disto tudo) pretendem fazer:

1 - forjaram a "crise" para amarrarem governos e pessoas, forçando a entrada dos novos exércitos de ocupação: os soldados da Troika, de fatinho e gravata e pastinha onde trazem as suas "bombas";

2 - dão uns trocos para "sobrevivência" de governos (que transformam em fantoches) e países (que o são cada vez menos, destituídos de soberania), mas a troco do: "agora tem de ser assim!..."

3 - vêm as regras: desmantelar todo o sistema público (enfraquecendo ainda mais os Estados, esvaziando-os, com aquela do "quanto menos Estado, melhor Estado") entregando os serviços todos aos privados; por outro lado, empobrecer cada vez mais as pessoas, mandando-as para o Desemprego, Fome e Desespero, para depois terem mão-de-obra barata disponível; sacarem o mais possível do lado do trabalho, para o entregarem à banca, com o argumento de que se sistema financeiro falha vem tudo abaixo - o papão da "bancarrota"....

4 - dentro da estratégia de empobrecimento, uma bancarrota até podia acelerar o processo - se estoirar o Euro, isso não é grande problema para quem manda (a Alemanha) - pois tem já os seus objectivos políticos de domínio bem conseguidos (ver o nosso post anterior);

5 - No caso cipriota, um tal de Jörg Asmussen (decerto descendente daqueles vikings que já há mil anos andavam a pilhar as costas da Europa até ao Mediterrâneo), o qual é Administrador do Banco Central Europeu, deu ao "escolher" ao responsável cipriota entre Bancarrota e.... naturalmente, Bancarrota! - ou seja, ou aceitavam o saque aos depósitos dos cipriotas ditado pela troika deles, e aí o BCE dava uns trocos, tipo mais uma garrafita de soro ao paciente em estado terminal, ou então, não davam nada, e era a tal Bancarrota. Temos para nós que, nos dois cenários vai dar ao mesmo, com a diferença de, no 1º caso, ser uma "bancarrota natural": se as pessoas se sentirem roubadas, retiram o dinheiro dos bancos (os pobres para baixo do colchão, e os ricos para as contas na Suiça) e os bancos vão à vida; no 2º caso, o que o sr. Asmussen disse é que, se não aceitam, nós tiramos-vos já o tapete de debaixo dos pés e isto vem tudo abaixo  - Ora, afinal julgávamos que o BCE existia para salvar a economia europeia, salvando economias de países membros (mesmo sendo eles pequeninos), protegendo-os e ajudando-os a recuperar, tipo um instrumento de coesão da tal propalada "união económica e monetária" e que a dado passo se pretendia até política. Afinal, caíu a máscara: essas tenebrosas instituições (de engorda de alguns) existem apenas como instrumentos de execução de políticas ditadas pelo neoliberalismo imperante no sentido do empobrecimento das massas para melhor serem exploradas (a tal "competição" na base dos baixos salários - se fôr só pela malga do caldo, melhor ainda - propalada pelos Belmiros e quejandos).

E, para verem a hipocrisia destes senhores, a sua dupla face, em privado (com a frieza das ameaças e dos números) e em público (com o disfarce discursivo), tendo por base o caso cipriota, ora vejam aqui:

Quem decidiu o quê na reunião sobre Chipre: http://expresso.sapo.pt/o-que-se-disse-na-reuniao-do-eurogrupo-sobre-o-resgate-do-chipre=f794448  [clicar sobre o link]

Os cipriotas parece terem escolhido a opção de os mandar às urtigas, mais a sua lei de exacção sobre os depósitos. Obviamente vão pagar por isso. Mas, se calhar, mais vale sermos como umas Albânias (do tempo do camarada Enver Hoxa) fora dessa Europa "deles" e do sistema capitalista "deles", tipo, pobrezinhos mas honrados e, sobretudo, sem Senhores, do que vivermos como escravos subservientes, a quem os BCE's e os FMI's dão umas esmolitas, de vez em quando, a troco de aceitarmos os seus "diktats", cujo objectivo último já sabemos qual é....

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