Os bitaiteiros da nossa praça já disseram para aí munta coija sobre isso dos FOGOS... Por isso, não querendo ser mais um, abstive-me de mandar mais lavercas sobre o assunto.
Mas, entretanto, encontrei por aí na rede umas bocas de um amigo, a propósito de um artigo da jornalista Helena Matos, este: http://observador.pt/opiniao/fogo-de-vista/
- publicado no pasquim virtual neo-liberal "Observador", e achei por bem compartir connvosco, pois é exactamente o que penso:
«Pois é, querida Helena Matos, será exactamente nos "meios" que anda o busílis da questão...
Desde os anos 80 que começamos a ver a progressão desses meios: lembro-me de um improvisado heliporto, em frente do quartel dos bombeiros da terrinha, em que, na extremidade traseira, junto ao rotor vertical, havia uma bandeirinha... Qual? qual?... Creio q ainda se chamava República Federal da Alemanha... Quem fretava os ainda hoje denominados "meios aéreos"? Diziam q era um negócio que chegava a ministros e secretários de Estado... Seria ainda a' conta da tal malinha do Rui Mateus (o tal q foi a' horta, por conta de quem ficou a' porta)? Seria por conta já dos famosos chubchidios q corriam então a' pala da entrada na UE, e q estamos hoje a pagar? Bem, os tais calicopteros entretanto desapareceram, mas o negócio dos aviões não parou... Assim como o negócio dos tanques, camiões-cisterna, mangueiras, capacetes, uniformes, etc., etc.... Até a' situação - que esta ouvi eu a um bombeiro, em tom recriminatório, a um senhor q teve o fogo perto da sua casa de campo: "o sr. sabe q tem de ter o mato limpo 50 metros em redor da casa?" Ao q a pessoa respondeu q costumava ter, mas o caseiro reformou-se, e não sabia a quem encomendar esse trabalho, visto q vivia no Porto... "- Mas há cá quem faça isso!" Quem? - perguntou o homem. "- Fale com o sr. X". - E onde e' q o encontro? "- Costuma estar pelo nosso quartel." Poixxx...... É algo parecido com os vírus e os anti-virus informáticos... A necessidade gera a resposta à necessidade - lei da satisfação das necessidades. Estuda-se em Economia. E assim, depois do "fogo pastor" de antanho, ou da locomotiva a vapor, ou dos reaças, de que fala a Helena Matos, ou ainda o "fogo pirómano", ou do madeireiro, ou da celulose, etc., há a considerar este tipo de fogo neoliberal... Business!... Business.... Tudo é business, neste sistema. De certeza q alguém lucra, à custa de quem paga os custos milionários desta indústria do apaga-fogos... Ah, e falando de Economia, já o Keynes dizia que a crise americana dos anos 30 se resolvia pondo metade dos desempregados a abrir buracos, e a outra metade a tapá-los, pagando-se alguma coisa, a uns e outros, por isso. Punha-se assim o capital de novo a circular. Podia-se adaptar o princípio, pondo-se metade dos portugueses desempregados a chegar fogo, e a outra metade a apagá-lo, pois sempre seria uma repartição mais justa, do que irem os milhões só para alguns. Quando já não houvesse nada mais para arder, acabava-se o problema. Ah, e agora sim, metade a abrir buracos, outros a por árvores e a tapar as covas (com as televisões a filmar tudo, sobretudo os fogos, que dão sempre umas excelentes imagens). Quando as árvores crescessem, voltava-se a queimar e a apagar e a replantar, e assim sucessivamente, pois no capitalismo o negócio não pode parar....
Claro que só ironicamente se pode aventar tal coisa. Claro que seria preferível pôr os desempregados, os bombeiros, a pouca tropa que ainda resta, os voluntários (sobretudo os jovens), pessoal dos municípios e juntas de freguesia, além dos proprietários, a trabalhar na prevenção: A) limpeza das matas; B) acções de sensibilização e consciencialização. Claro q isto é uma utopia, e estragava o tal negócio chorudo de uns poucos... Só assim se explica que tantos anos volvidos ninguém ponha cobro a este "negócio de verão", e que quando se apanha algum miserável "pirómano", em pouco tempo está cá fora, se é que tão pouco vai dentro, com o atestado de inimputabilidade apresentado a tempos por qualquer advogado ratolas que alguém misteriosamente pagou...
Enfim, é verão. Uns vendem gelados na praia, outros andam nos fogos. Um negócio como outro qualquer, diz o tuga, encolhendo os ombros no seu típico jeito do "não é nada comigo". Sim, porque isso de consciência ambiental são manias de países ricos. Deixem "trabalhar" quem "trabalha".... »
Sem comentários:
Enviar um comentário