sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Um secreto desejo....

Cá pela aldeia todos sabemos que os politicóides que julgam que mandam ("eu é que sou o prresidente da junta!" ou "eu é que sou o primeiro ministro" - vai dar igual), na verdade não mandam nada. Sempre houve uns "sombras" que são os verdadeiros teóricos do(s) regime(s). E, apesar do anonimato dessas coisas abstractas, tipo "mercados", há alguns que, como o caracol, de vez em quando botam os corninhos ao sol. São aqueles a quem os comunas cá da aldeia (no tempo em qua ainda havia aldeia e comunas nela), chamavam os "capitas". Ora um destes capitas, de apelido alemão como convém (a velha nobreza vinha dos visigodos, tal como a grande burguesia continua meia germânica ou de outro modo estrangeira), um tal de Ulrich, vem com esta "boutade" que se lêm em baixo.
Pois é, todos podemos acabar nesse nível sub-humano de sem-abrigo, sobretudo se se seguirem os princípios doutrinários desta gente, só que o "nós" que ele utiliza jamais se lhe aplicaria. Porque esta gente tem contactos e fortes pés-de-meia algures nas Suissas ou Holandas, ou sabe-se lá mais onde, para se safarem, mal vejam as coisas a dar para o torto. E quando um banco está para vir abaixo, como também já o sabemos, ameaça-se o povão com a hipótese de uma bancarrota para a seguir o "nacionalizarmos" (são as únicas situações em que o capitalismo cede às "nacionalizações"), injecta-se-lhe o dinheiro do Estado (que é pago pelos patacôncios), safa-se a coisa, e a seguir muda-se-lhe o nome e arranja-se um gestor amigo e "com provas dadas" e está tudo resolvido (onde é que eu já vi este filme?).  Realmente, agora me lembro que do outro dia parece que vi o sr. dr. Oliveira e Costa a dormir no chão, debaixo de umas arcadas, embrulhado nuns cartões, algures em Lisboa, coitadinho!...
Enfim, o "nós" que este senhor utiliza, não se lhe aplica a ele e aos demais da sua casta, mas sim a mim e a si, caro amigo, aos que ainda vamos tendo um emprego e aos que estando já no desemprego ainda têm o magro subsídio que estes tipos almejam em cortar-lho, para nos porem todos a morrer à fome. Porque assim, estaremos então no ponto de rebuçado para trabalharmos depois todos para eles por tuta e meia, ou apenas pela malguinha de caldo!.... É o seu programa ideológico e o seu secreto desejo. Para isso é preciso a "tábua raza": "tudo para o desemprego e para a fome, que depois ficam mais mansos e humildes e até nos beijam a mão pelo caldinho"... como os antigos escravos de Roma. E eles, os novos patrícios (como os do século I), a gozar os rendimentos do trabalho dos escravos, algures nas suas termas e coliseus em grandes festanças. -  Ou seja, uma regressão de 2000 anos. Ora tomem lá:

Fernando Ulrich :"Se os sem abrigo aguentam, por que é que nós não?"
- por Ricardo Simões Ferreira


Fernando Ulrich, presidente do BPI Fotografia © Natacha Cardoso / Global Imagens
 
«O "patrão" do BPI decidiu hoje explicar a sua polémica (e famosa) declaração "Ai aguenta, aguenta", relativamente à questão de se o país aguenta mais austeridade. E fê-lo com uma frase igualmente polémica.
Foi no passado mês de outubro que Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI, disse que Portugal aguentaria ainda mais austeridade. Hoje, esclareceu o que queria dizer, comparando a situação de cada cidadão à dos sem-abrigo.
Durante a conferência de apresentação dos resultados do banco, o banqueiro começou por dar o exemplo da Grécia:"Se os gregos aguentam uma queda do PIB de 25% os portugueses não aguentariam porquê? Somo todos iguais, ou não?", questionou, citado pela TVI24.
E depois chegou aos sem-abrigo: "Se você andar aí na rua e infelizmente encontramos pessoas que são sem-abrigo, isso não lhe pode acontecer a si ou a mim porquê? Isso também nos pode acontecer".

"E se aquelas pessoas que nós vemos ali na rua, naquela situação e sofrer tanto, aguentam, porque é que nós não aguentamos?", acrescentou. "Parece-me uma coisa absolutamente evidente", concluiu.»
 

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