segunda-feira, 7 de abril de 2014

Um Português de outros tempos...


Houve um tempo em que ainda houve Portugueses dignos desse nome, em vez dos tugas que hoje prevalecem. E ainda houve quem levasse o sentido de "res publica" a sério, acreditando que a República era isso. Hoje tudo apodreceu, e, monarquia ou república, tanto nos faz, quando se decretou o "fartar vilanagem", o safe-se quem puder dos poderosos, apresentando a factura à plebe que não pode escapar...
Descontando o facto de ser descendente de flamengos, ou, se calhar por isso, saíu diferente da chico-espertice tuga... mão amiga enviou-nos este retrato e estes dizeres, para que o afixemos na sala nobre da Junta cá da Aldeia:
Destes, nasceu uma vez UM!
Era oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos.
 O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o. 
Trabalhou, dando lições de inglês para poder continuar o curso.
Formou-se em Direito.
Foi advogado, professor, escritor, político e deputado.
Foi também vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
Foi reitor da Universidade de Coimbra.
Foi Procurador-Geral da República.
Passou cinquenta anos da sua vida a defender uma sociedade mais justa.
Com 71 anos foi eleito Presidente da República.
Disse na tomada de posse: "Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele..."
Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este.
Pagou a renda da residência oficial e todo mobiliário do seu bolso.
Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado.
Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas fez questão de o pagar também do seu bolso.
Este SENHOR era Manuel de Arriaga e foi o primeiro Presidente da República Portuguesa.
Pena ter-se extinguido a espécie!...

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