quinta-feira, 30 de julho de 2020

A "NOVA ERA" - HAVERÁ REVOLUÇÃO?

Esta já corre por aí há um par de dias. 
Desconhecemos o autor anónimo, mas vai ao encontro de algumas opiniões que por aqui temos veiculado.
Mas cá o ti Zé não seria tão optimista quanto a essa "mudança para melhor"...  - Pelo contrário, tudo indica que as coisas irão de mal a pior.
Esperemos que ainda possamos cá estar para ver (e que a segunda vaga do "bicho" não nos atinja).

Aqui vos fica:


«A Revolução já começou!!!

Uma nova Era já começou:
As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta que há cerca de 3 meses começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução "a sério" e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos (desprevenidos) e não demos conta do que vai implicar. Mas falo, seguramente, duma Revolução!
De facto, há cerca de 3 ou 4 meses devido ao COVID-19, começaram a dar-se alterações profundas, e de nível global, em 10 dos principais  factores que sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!
Estamos a viver uma transformação radical, tanto ou mais profunda do que qualquer uma das crises passadas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos que a Revolução já começou!
Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10 factores":

1º- A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL: desde há 8 meses que o Sistema Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota") e só se tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado(eufemismo que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero") montantes astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial,sem o qual este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que virá, ou como irá acabar esta história !...

2º- A CRISE DO PETRÓLEO: Desde há 6 meses que o petróleo entrou na espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar. Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva, devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem utiliza frequentemente o avião, Vai assistir a uma subida no preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15% a 20% do PIB) irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de avião baratas (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...

3º- A Contracção DA MOBILIDADE: fortemente afectados pelos preços do petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias a montante e na interpenetração económica mundial.

4º- A IMIGRAÇÃO: a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40 milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação, num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou 6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza deles)!

5º- A DESTRUIÇÃO DA CLASSE MÉDIA: quem tem oportunidade de circular um pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa dos governos que por cá têm passado) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha, na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e capacidade de intervenção.

6º- A EUROPA MORREU: embora ainda estejam a projectar o cerimonial do enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27 países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e "seus valores" foi chão que deu uvas.

7º- A CHINA AO ASSALTO! O gigante asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana (até aqui foi just a joke...). Foram já apresentados os novos carros chineses. Desenhados por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de trabalho e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa sociedade.
À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a qualificá-los cada vez mais).

  8º- A CRISE DO EDIFíCIO SOCIAL: As sociedades ocidentais terminaram com o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e actuação comum...

9º- O RESSURGIR DA RÚSSIA/ÍNDIA: para os menos atentos: a Rússia e a Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas, em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!

  10º- A REVOLUÇÃO TECNOLóGICA: nos últimos meses o salto dado pela revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as comunicações, a nanotecnologia e a integração tecnológica) suplantou tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos últimos 5 anos!

  Eis pois, a Revolução!
  Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por um sinal de    "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual".

Mas o resultado é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa:
as nossas vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças permanecerão nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e ecológicos.

Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!
Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo, visionando e desfrutando das suas potencialidades!
Da Revolução! Ir em frente! Sem medo!

Afinal, DEPOIS DE CADA REVOLUÇÃO, O MUNDO SEMPRE MUDOU PARA MELHOR!..»

quinta-feira, 19 de março de 2020

This is the End...

Nas vésperas do Ano 1000 consta que andava o pessoal todo acagaçado algures pela Europa cristã porque diziam os profetas que o mundo ia acabar nesse ano.
Ao que parece, o dia 1 de Janeiro do ano 1000 amanheceu com um belo dia de sol e o mundo continuou. Ufff!... alívio! - mas alguém se lembrou que afinal podia não ser 1000 anos sobre o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas sim sobre a sua morte! - carago... então seria em 1033... E, de novo, o Todo-Poderoso foi generoso e em 1033 nada de especial se passou.
"- Oremus, oremus!", e a Europa encheu-se de igrejas e catedrais, em acção de graças...
Mas, logo os profetas da desgraça lançaram outra, que ainda cheguei a ouvir à minha avó: "De mil passaste, mas a 2000 não chegarás!"... E, mais ainda, o mundo iria acabar com Fome, Peste e Guerra (acho que a ordem dos factores era aleatória).
Com essa pulga na orelha, eu e outros miúdos do meu tempo, desatávamos a fazer contas à idade que íamos ter no ano 2000, ou seja, quantos anos iríamos ainda ter de vida, pois o mundo ia acabar nessa data. E especulávamos se iria acabar com fogo ou com água (já não me recordo qual era a minha aposta)...
Chegado à noite da passagem do ano de 1999-2000, talvez por ter no meu ADN os "terrores do milénio", não festejei a data. Recordo-me mesmo de ter dito: o que este novo século e milénio nos traz, não sei... mas suspeito que não será coisa boa... e lembrei-me da moratória dos tais 33 anos e julgava não ter que me preocupar até chegar ao mês de Dezembro de 2032...
Afinal, o Todo-Poderoso parece que antecipou a coisa, e, ao que parece, o castigo não veio molhado, nem cozido, nem assado, mas de uma forma absolutamente inesperada para os nossos cálculos infantis. Quem é que podia imaginar que este "fim de mundo" iria ser sob a forma de um bicho invisível, tão invisível quanto Deus. E, já agora, tão Omnipotente e Omnipresente como Ele?
Dito isto, ou o bicho invisível é o Deus Castigador e tremendo da teologia medieval, ou é o seu reverso, a apocalíptica Besta 666...
" - Oremus!... Oremus!..."

quinta-feira, 12 de março de 2020

A Peste actual e a Nova Idade Média



Quando "in illo tempore" estávamos ainda em tempo de "vacas gordas", houve quem me achasse doudo por ter dado em profetizar que ainda iríamos viver uma nova Idade Média... Nesses loucos anos 1990's do cavaquismo e do guterrismo, em que corriam os rios de dinheiro de uma "Europa rica", julgava-se que o maná nunca mais iria acabar, grandes obras, as Expos, as férias em paraísos tropicais, ou os safaris baratos dos urbanóides das classes médias-altas a fazer rodagem ao jipinho novo a terras do interior... Pois agora vinha um tolo a falar-lhes em Idades Médias!...

Não a vislumbrei em nenhuma bola de cristal, mas intuí-a na célebre parábola bíblica do hebreu José que adivinhava os sonhos do Faraó: sete vacas gordas/sete vacas magras, sete espigas gordas/sete espigas secas, a base da teoria dos ciclos da história económica...

Depois lembrei-me do que foi o grandioso império romano, e farejei similitudes entre os tempos de apogeu e depressão, historicamente comprovadas...

Assim, quando veio a grande crise (com a troika cá pela Tugalândia), ocorreu-me o paralelismo com a grande crise do século III a preceder o declínio e queda do Império Romano (com a devida vénia a Edward Gibbons)...

Depois vieram os Bárbaros... antes eram altos, loiros e de olhos azuis... os dos novos tempos são morenos, usam turbante e alguns usam as mesmas vestes com que entraram em 711... E vieram também com o mesmo livro e o mesmo fanatismo...

Depois vieram os de olhos rasgados de um império que cresceu à custa da fraqueza e decrepitude de uma Europa e um Ocidente cada vez mais comodistas, consumistas, sem valores.

Foi, contudo, essa Europa e esse Ocidente, que criaram a globalização de que agora são vítimas. Vítimas económicas e sociais e, também agora, sanitárias. Para os chineses, morrer um milhão ou dois de pessoas é indiferente (e até economicamente benéfico, sobretudo se elimina o "peso morto" da sociedade, ou seja, os mais velhos, que deixaram de ser "factores de produção"); para o Ocidente, estas perdas, em sociedades efeminadas e comodistas que deixaram de procriar, potenciam a proliferação dos grupos mais "bárbaros" (atenção: "bárbaros", para os greco-latinos, eram os estrangeiros), abrindo definitivamente as comportas para todos os mais que venham, para compensar o saldo demográfico negativo, agora mais agravado pela pandemia, a nova PESTE NEGRA, que agora chegou...

Guerras, Peste, Fome... e com Fome, mais Peste e mais Guerra.

Bem-vindos à Idade Média!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Tugas "raizosparta" e "aristozeros"


Concorde-se ou não, goste-se ou não, às vezes esta Helena tem alguma razão. O principal defeito é o seu pendorzinho neoliberal, aliás na boa linha do pasquim digital "Observador", onde esta prosa foi editada em 16.02.2020:
Os portugueses “raizosparta” e os aristozeros
Helena Matos - 16 fev 2020

Os portugueses “raizosparta” são a desilusão da sua extraordinária classe política, esses aristozeros sempre empenhados em políticas pioneiras. Primeiro para a nossa vida. Agora para a nossa morte.
Os portugueses “raizosparta” nunca percebem nada.
Os portugueses “raizosparta” acreditavam que os deputados eram eleitos para que a sua vida fosse mais digna não para que os deputados, enfastiados da discussão em torno das condições de vida, se empenhassem com fúria e zelo na definição das condições da morte. Digna, dizem eles.
Os portugueses “raizosparta” são a desilusão da sua extraordinária classe política, esses aristozeros sempre empenhados em políticas pioneiras e superiores, em mais um plano, em mais um avanço… Quando, como de costume, o FMI é chamado pelos aristozeros, só encontra os portugueses “raizosparta” para pagar a conta.
Os portugueses “raizosparta” descobriram que são livres de pensar o que quiserem desde que pensem aquilo que os aristozeros definem como pensamento possível.
Os portugueses “raizosparta” quando ouvem os aristozeros a defender o “zero desperdício” só se lembram dos Espírito Santo a brincar aos pobrezinhos na Comporta ou, para usar a terminologia da moda,  “refúgio hippie-chique” onde se vive “num estado mais puro”: uns e outros sentem-se em harmonia com o universo, brincando com as dificuldades dos portugueses “raizosparta”.
Os portugueses “raizosparta” acreditavam que viviam num país que tinha uma História e não um relatório de culpas.
Os portugueses “raizosparta” insistem em viver em sítios onde as leis superiormente inteligentes aprovadas pelos aristozeros produzem o efeito contrário ao anunciado e dado como inquestionável pelos aristozeros: a legislação que ia proteger os animais acabou com matilhas de cães assilvestrados a matarem ovelhas e a atacarem agricultores. Culpa dos portugueses “raizosparta” que insistem em ter rebanhos, essa forma de exploração dos animais pelo heteropatriarcado!
Os portugueses “raizosparta” nunca fazem o suficiente, nunca pagam impostos suficientes e nunca se esforçam o suficiente de modo a cumprirem o admirável mundo novo que os aristozeros lá das suas “ZERES” sonham impor. Uma ZER não é apenas uma Zona de Emissões Reduzidas, é sim a cidadela dos aristozeros: o local onde não há espaço para as questões irritantes dos portugueses “raizosparta” como os assaltos ou a degradação cívica, intelectual e moral que se vive nas escolas públicas. Apenas gente bonita achando que alimenta o mundo e o salva do impacto ambiental da agricultura industrializada porque cultiva ciboulettes em vasos ditos orgânicos na varanda.
Os portugueses “raizosparta” não têm uma mente aberta perante as causas que a cada momento os aristozeros lhe apresentam. Não é por má vontade, acrescento eu, mas sim porque é impossível acompanhar o ritmo das causas avançadas pelos aristozeros: por exemplo, como consegue um português “raizosparta” acompanhar as lutas contra o racismo que invariavelmente acabam com os anti-racistas de ontem a serem acusados de racismo pelos anti-racistas de hoje? (Enquanto escrevo vou seguindo a extraordinária polémica com o racismo do anti-racista Gilberto Gil que afinal agora é racista porque tem uma neta branca. Sigam os links que amanhã o racismo já é outro!) Outros fossem os tempos e dir-se-ia que o frenesim de causas dos aristozeros é uma pescadinha de rabo-na-boca mas logo aqui se armava uma confusão gastronómico-moral de consequências imprevisíveis, para os portugueses “raizosparta”, claro.
Os portugueses “raizosparta” acham, ou melhor achavam, que a cada novo problema correspondia uma nova solução. Oh estupidez de antologia! No tempo dos aristozeros a solução é a privação: o iogurte não pode ter gordura, o leite não tem lactose, o pão é sem glúten, os doces são expurgados do açúcar e o futuro deve ser sem. Por exemplo, sem carros. Se um estúpido português “raizosparta” lembra que andar de bicicleta no mês de Abril nas Avenidas Novas em Lisboa – local por excelência dos aristozeros – não é a mesma coisa que vir, no mês de Julho, do Bairro dos Cágados, do Casal Chapim ou de São Marcos para Lisboa é óbvio ao iluminado raciocínio dos aristozeros que só um um português “raizosparta”  acaba a viver em tais paragens.
Os portugueses “raizosparta” contavam anedotas de alentejanos, de louras, de pretos, de brancos… enfim, anedotas sobre si mesmos. Agora só podem rir daquilo que os aristozeros autorizam. E só devem ver filmes de realizadores aprovados a cada momento pela facção dominante dos aristozeros. Ler livros com mensagem de autores empenhados. E apenas lerem notícias devidamente certificadas pelos aristozeros.
Os portugueses “raizosparta”, porque são “raizosparta” e ainda por cima portugueses, gostavam de coisas “com”: cozido com carne e políticos com ideias. Mas os aristozeros tomaram a peito levá-los a achar natural que o zero é o futuro. Estamos quase lá: o SNS não tem medicamentos, as escolas não têm professores, as urgências não têm médicos, os transportes públicos não têm carruagens… mas a quem é que isso importa? Apenas aos portugueses “raizosparta”, uma gentinha que neste ano de 2020 vive e trabalha em sítios que nenhum aristozero verdadeiramente aristozero frequenta.
Os portugueses “raizosparta”, aqueles que sustentam isto tudo, que mantêm o país a funcionar, acreditaram que se fizessem mais um pouco, cumprissem mais aquele regulamento, obedecessem a mais aquele procedimento, seriam deixados em paz. Não foram. Do nascimento à morte têm os aristozeros a dizer-lhes o que devem fazer, como devem amar, comer, trabalhar, viver, morrer…
Mas os aristozeros andam inquietos. Depois de se terem zangado com o povo os aristozeros começam a irritar-se com as urnas de voto. Já não se pode confiar nos portugueses, “raizosparta”.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

O "Devorismo" da coisa pública cá pela Tugalândia...

Mão amiga fez-nos chegar mais esta... 
Não sabemos se é informação recente ou se já anda a circular por aí há mais tempo. 
- Na dúvida, liguem para o Tribunal de Contas...

Assim anda a gestão da coisa pública... Então no que toca às autarquias, é por demais sabido que mais de metade dos autarcas deviam estar na cadeia!..


AQUI VOS DEIXO ALGUNS EXEMPLOS DE DÚVIDAS QUE O TRIBUNAL DE CONTAS ENCONTROU NAS DESPESAS PÚBLICAS…


1.      ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO ALENTEJO, I. P.
- Aquisição de 1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas: 97.560,00€
Eu não sei a quanto está o metro cúbico de material de escritório mas ou estes armários/mesas/cadeiras são de ouro sólido ou então não estou a ver onde é que 6 peças de mobiliário de escritório custam quase 100 000€.
Alguém me elucida sobre esta questão?

2.      MATOSINHOS HABIT – MH
– Reparação de porta de entrada do edifício: 142.320,00 €
Alguém sabe de que é feita esta porta que custa mais do que uma casa?

3.      UNIVERSIDADE DO ALGARVE – ESC. SUP. TECNOLOGIA – PROJECTO TEMPUS
– Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008: 33.745,00 €
Segundo o site da TAP a viagem mais cara que se encontra entre Faro-Zagreb-Faro em classe executiva é de cerca de 1700€. Dá uma pequena diferença de 32 000 €. Como é que é possível???

4.      MUNICÍPIO DE LAGOA
– 6 Kit de mala Piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas: 106.596,00 €
Pelo vistos fazer um “Pimp My Ride” nas motorizadas do Município de Lagoa fica carote!!!

5.      MUNICÍPIO DE ÍLHAVO
– Fornecimento de 3 Computadores, 1 impressora de talões, 9 fones, 2 leitores ópticos: 380.666,00 €
Estes computadores devem ser mesmo especiais para terem custado cerca de 100 000€ cada….Já para não falar nos restantes acessórios.

6.      MUNICÍPIO DE LAGOA
– Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal: 391.970,00€
Eu não sei o que a Polícia Municipal de Lagoa veste, mas pelos vistos deve ser Haute-Couture.

7.      CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES
– VINHO TINTO E BRANCO: 652.300,00 €
Alguém me explica porque é que a Câmara Municipal de Loures precisa de mais de meio milhão de Euros em Vinho Tinto e Branco????

8.      MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– AQUISIÇÃO DE VIATURA LIGEIRO DE MERCADORIAS: 1.236.000,00 €
Neste contrato ficamos a saber que uma viatura ligeira de mercadorias da Renault custa cerca de 1 milhão de Euros. Impressionante…

9.      CÂMARA MUNICIPAL DE SINES
– Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines: 1.236.500,00 €
É interessante perceber que uma tenda custa mais ou menos o mesmo que um ligeiro de mercadorias da Renault e muito mais que uma boa casa... E eu que estava a ser tão injusto com o município de Vale de Cambra…

10.  MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– AQUISIÇÃO DE VIATURA DE 16 LUGARES PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS: 2.922.000,00 €
E mais uma pérola do Município de Vale de Cambra: uma viatura de 16 lugares para transportar crianças custa cerca de 3 milhões de Euros. Upsss, outra vez o município de Vale de Cambra…

11.  MUNICÍPIO DE BEJA
– Fornecimento de 1 fotocopiadora, “Multifuncional do tipo IRC3080I”, para a Divisão de Obras Municipais: 6.572.983,00 €
Este contrato público é um dos mais vergonhosos que se encontra neste site. Uma fotocopiadora que custa normalmente 7,698.42€ foi comprada por mais de 6,5 milhões de Euros. E ninguém vai preso por porcarias como esta?

COMO É POSSÍVEL NÃO ESTARMOS EM CRISE?

É DIFÍCIL CORTAR NAS DESPESAS PÚBLICAS… NOTA-SE…
- ACABÁMOS DE VER (SÓ) ALGUNS EXEMPLOS…

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Se calhar impõe-se mesmo "Descolonizar a lógica colonial"

Num tempo em que o discurso político-ideológico-partidário se esgotou, as élites urbanóides, tipo rebeldes sem causa, precisam de continuar a odiar algo e/ou alguém (os “hatters” profissionais) e, nos tempos que correm, as "redes sociais" foram o melhor brinquedo que alguém poderia inventar para dar palco a esses que gostam de se ouvir.
Assim, além das causas do Ambiente (aliás bem oportuna e necessária) e dos Animaizinhos (ok, é óbvio que não devemos tratar mal os bichinhos, porque os animais são nossos irmãos), eis que é também necessário ir ao armário buscar uns quantos esqueletos para ressuscitar fantasmas. E, neste particular, perante uns fenómenos “jamaicanos” que até deram direito a mais uns abraços e "selfies" marcelistas, cá temos assunto vasto para as ditas elites urbanas (com membros encartados por ISCTE's e afins) embarcarem no coro dos “ressentidos profissionais” (tipo Joaquinas e Mamaqui, Baa… ), cujo objectivo é explorarem os complexos de culpa dos descendentes dos colonialistas, levando-as às cordas para a implementação de uma agenda escondida mas que pouco a pouco vão revelando.
Eis os passos dessa agenda que visam prosseguir “ad aeternum” o “processo de descolonização” (parece ser uma espécie de teoria da "descolonização permanente", adaptada da teoria da “revolução permanente” de Trotsky), que se conjuga assim:
1º - “descolonizar os museus”; 2º “descolonizar a memória”; 3º “descolonizar a linguagem”; 4º “descolonizar a História”; 5º impor o “pedido de perdão” pelos crimes do colonialismo; 6º erguer museus e memoriais da Escravatura (assim, com letra maiúscula, por equiparação aos museus do Holocausto); 7º Ah, e é aqui que finalmente vão querer chegar: impor indemnizações às vítimas do colonialismo, ou seja, o pagamento de uma renda anual, ou mensal, que os descendentes dos “colonialistas” deverão pagar “ad aeternum” aos descendentes dos colonizados…

Neste quadro, descontando a fonte (o pasquim digital "O Observador") julgamos que é oportuno ler algumas opiniões dissonantes do famoso "politicamente correcto", como esta:

https://observador.pt/opiniao/descolonizar-a-logica-colonial/

Descolonizar a "lógica colonial"
Alexandre Franco de Sá

As ciências sociais foram invadidas por um discurso híbrido que mistura ciência com activismo político. Por isso, quando abordam o nosso passado ultramarino, surgem apelos à purga do espaço público.
in Observador, 09 fev 2020



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Quando os rios são secados e a (pouca) água é sacada pelo mais forte...

Há questões bem mais importantes que as "causas" das Joacines e quejandos, as quais nos vão afectar a todos, cada vez com mais acuidade, em vez das "agendas" pantomineiras das esquerdas urbanas do bota-abaixo.

Descontando o mensageiro, que no caso é o pasquim digital "Observador" (órgão oficioso do neoliberalismo caseiro), há que não deixar esquecer o que se passou no final do verão passado, e que seguramente se vai continuar a repetir, sem que o quintal da Tugalândia tenha capacidade para se impôr ao poderoso vizinho do lado - e quem está por cima (neste caso, leia-se "a montante") está naturalmente em vantagem:

 O dia em que o Tejo desapareceu:




terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

"Reparadores da História" segundo A. Barreto e o triunfo das Joacines

Na revista P2 que se vende com o "Público", edição do passado domingo, dia da capicua 2/02/2020, publicou o Doutor A. Barreto um interessante artigo, intitulado "Os reparadores da História", o qual podemos encontrar também no seu blogue "Jacarandá" - aqui:

http://o-jacaranda.blogspot.com/2020/02/grande-angular-os-reparadores-da.html

O autor versa sobre o assunto que anda por aí na berra, no seguimento da proposta realizada pela deputada guineense na Assembleia da República portuguesa, a famigerada Joacine, na ocasião ainda decalcando um ponto do partido Livre, sobre a devolução de bens culturais em museus tugas às antigas "colónias".
Trata-se de uma velha questão que começou há décadas com as exigências dos gregos sobre os frisos do Parténon no British Museum, dos egípcios sobre as suas antiguidades enviadas (após pilhagem) para vários museus da Europa e Estados Unidos.

Também António Barreto começa por explanar estas exigências anteriores, incidindo sobre bens de grande relevância patrimonial que remetem para civilizações de primeira grandeza na História Universal, se bem que ache isso irrealista por ser foco gerador de uma grande confusão. É uma opinião respeitável, ainda que se possa defender o contrário, com toda a lógica, se esses países fossem hoje oásis de paz, tolerância, capacidade de preservação desses mesmos bens no presente e no futuro. Esse poderia ser (e foi, por exemplo, dos ingleses em relação aos gregos) um bom argumento para a não-restituição. E isto poderia continuar a ser válido se a Europa continuasse a ser um baluarte de paz e civilização, por contraste com as "zonas quentes" e atribuladas do Médio-Oriente, como se viu com o rebentamento de Palmira pelo "califado" do Daesh, assim como a pilhagem de museus na Síria e no Iraque, para já não falar dos budas de Bamian (Património Mundial), algures no Afeganistão. Todavia, com o alastrar do terrorismo e da insegurança também para a velha Europa, prenunciando uma nova Idade Média (os bábaros já estão cá dentro), parece que este argumento vai colher cada vez menos...

Mas, ao momento, esta velha questão ganhou novos contornos, com referência a outras latitudes, neste caso o "diálogo", ou melhor, a velha tensão Norte (Europa)/Sul (África). E aqui o mote começou por ser dado por Macron em 2018, ao comprometer-se com a restituição de uma série de peças artísticas do Benim a este país africano. Falta saber o que o levou a este tamanho gesto de generosidade e justiça, escolhendo o Benim, em detrimento de todo o restante espólio em Museus franceses, e até em via pública, como o obelisco de Luxor na praça de La Concorde. Talvez alguma "diplomacia comercial" na base de interesses estratégicos algures nessa parte de África, porque nestas coisas não há que se ser ingénuo.

Até que chegamos ao "nós por cá", com a já referida "exigência" da Joacine/Livre, em que a questão se concentra nos bens culturais (de foro etnográfico) supostamente "espoliados" aos povos africanos.
Na nossa opinião, do que temos lido sobre estas problemáticas, consideramos que há dois tipos de defensores das "restituições":

a) os honestos (designação minha), que muito legitimamente gostariam de ver peças originais (não réplicas) originárias dos territórios culturais de onde procederam, contribuindo para a identidade cultural dos descendentes dos seus "produtores" - como disse atrás, é uma perspectiva que podemos considerar justa, na base do princípio: não fazer aos outros o que não gostaríamos que fizessem a nós (e pensemos no que foi pilhado pelas ocupantes franceses durante as invasões napoleónicas);

b) os vingativos (designação também minha), tipo Joacines, para quem a restituição em si é o que menos importa: o que realmente pretendem é a implementação de uma agenda escondida (ou declarada) com base no ressentimento e no libelo acusatório. Ela própria disse recentemente à imprensa: "não chega devolver os territórios", agora é preciso "descolonizar os museus", depois, "descolonizar a memória", depois "reescrever a História" [leia-se: criminalizando os que outrora os portugueses consideravam heróis nacionais, ou seja, agora terá de se escrever e ensinar às criancinhas que o Infante D. Henrique foi um patife, o Diogo Cão, fazendo jus ao nome, abaixo de cão, foi outro patife, o Vasco da Gama um crápula da pior espécie, o Afonso de Albuquerque um facínora, etc, etc]. Em suma, como ela também disse, "a colonização foi um crime" e, por consequência, os chamados "Descobrimentos" foram uma página negra, nunca deviam ter ocorrido - faltando nós concluir, que têm toda a razão, se não andassem esses tugas rascas lá com as caravelas a "descobrir" e a ocupar as terras dos outros, hoje escusávamos de ter cá a Drª Joacine a chamar-nos os piores nomes, pois deveria ela lá estar de tanguinha à sombra de um cajueiro, algures em Bafatá, feliz da vida, a comunicar com batuque em vez de telemóvel. E nós por cá, sem estes terríveis problemas de consciência! O que nos arranjaram esses malvados pseudo-heróis...

Mas o tal programa, escondido ou declarado, não fica por aqui. Museus dos tais "descobrimentos"? qual quê?? - nunca, jamais! - isso é neo-colonialismo, é eurocentrismo pretensioso, o de irem lá "descobrir" outros povos, nem "achamento", nem "encontro de culturas" nem coisa nenhuma! - o que é preciso são Museus da Escravatura e da Opressão, para lhes ("lhes", a eles, tugas brancos miseráveis exploradores) esfregarmos bem no focinho, com aquilo que nos (o "nos" é a nós, africanos, negros, oprimidos e escravizados) fizeram - de onde se infere que a srª. Joacine, na verdade não se sente "portuguesa", mas é antes uma guineense que está aqui como uma justiceira, pelo que o seu lugar é na AR tuga, nasceu para estar ali, vão ter de levar com ela ali até ao fim dos tempos, para continuar a sua cruzada. E não se pretende só a reescrita da História, mas também da ortografia: tem que se escrever Escravatura com "e" maiúsculo (como ela disse), à semelhança de como se escreve Holocausto. Depreende-se que os tais museus da Escravatura serão, mutatis mutandis, réplicas dos museus do Holocausto, e, no fim da linha, está-se mesmo onde é que querem chegar as Joacines, Mamadus Bas e quejandos: primeiro, o pedido de perdão por parte dos tugas (de preferência de joelhos, e em exercícios públicos de auto-flagelação, talvez com ajuda dos muitos voluntários africanos e afro-descendentes recrutados nos bairros das Jamaicas e afins), depois do tal grande julgamento colectivo e acto de contrição... - Mas, como se dizia, "desculpa não cura ferida"... por isso... tem de haver as respectivas REPARAÇÕES...ou sejam: INDEMNIZAÇÕES por todos esses crimes atrás elencados (colonialismo, escravatura, exploração, opressão, etc). As quais os descendentes dos colonialistas (não sei se alguns miscegenados estariam isentos) deveriam pagar ad aeternum, ou, pelo menos, durante 500 anos, tempo em que durou o tal de colonialismo.

E o indigenato tuga bem-pensante, as esquerdas urbanas, aplaudem e concordam, pelo que é de esperar que assim será. Os "reaças" vão bramir e espernear, mas como a História tem mostrado, de nada lhes servirá. Isso será apenas um estertor final nesta Europa decadente, em que o tempo dos impérios passou, tal como o tempo do Homem branco caucasiano (que já nem é capaz de se reproduzir) e o tempo da auto-razão justificativa. Agora é o tempo de se dar toda a razão ao Outro, fundir-mo-nos no Outro (fase 2 do Multiculturalismo) e subjugar-mo-nos ao Outro. - É o tempo das Joacines da Guiné, trazendo pela trela assessores tugas de saias que o fazem alegremente, enquanto aguardamos pela transformação da Tugalândia em colónia dos PALOP's - como no plano económico foi acontecendo com o alastrar do império económico-financeiro da srª Isabel dos Santos e seus sequazes ou outros próximos do regime cleptocrático de Luanda, os generais do papá Zedu.

Como diria o outro: "- Habituem-se!" - Pela minha parte, não sei até que ponto aguentarei e não farei as malas para algures, quando o Titanic desta Europa se afundar de vez, e a Tugalândia com ela.

Tempos de Fim, é o que vivemos.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Ainda o "caso Giovani" e o(s) racismo(s)....



Anda por aí uma estória mui mal contada, aliás, contada "à la mode do politicamente correcto", cujo fim último é demolir o que resta da civilização ocidental convencional (ou seja, a dos europeus = brancos caucasianos, com um sistema de valores multissecular, ou seja, "o Monstro"!) - assim, as seitas do "multiculturalismo" e as suas "minorias" protegidas não perdem pitada para se atirarem ao tal "monstro", em grandes berros, mesmo quando as guerras, rixas ou "casos" envolvem, não as criaturas que englobam no "monstro", mas outras criaturas que fazem parte do seu jardim zoológico de estimação... 

- E quando a comunicação social do PC (= Politicamente Correcto) omite sempre (em nome dos códigos deontológicos) a tal "identidade étnica" dos meliantes, excepto no caso de se tratar de vítimas (preferencialmente se os agressores forem "brancos caucasianos", de imediato conotados com racistas, xenófobos, nazis, etc., prontamente generalizados para cerca de dez milhões de filhos da puta de tugas descendentes dos colonialistas exploradores e escravizadores = O Monstro), mas, helás!, se os agressores forem de uma outra minoria protegida, dos tais que agridem polícias e médicas nos hospitais, dos que roubam e traficam droga à porta das escolas, enfim, se por acaso for algum destes... - sschiuuuu!.... biquinho caladinho quanto a isto, pois estes rapazes são gente boa, ou, no limite, quanto a estes não se pode generalizar, lá por haver um ou outro não se pode meter toda a gente no mesmo saco...

Enfim, é este o (i)mundo em que vivemos... E quando uma "civilização"(?) não se respeita nem se faz respeitar, dando sempre voz e razão ao Outro - e que Outro!!... - , enfim, já nem merece existir. - Por isso, venha a BARBÁRIE e tome conta desta merda toda!


Ora tomem lá (já que isto não sai nos jornais, nem nas televisões e, dizem-me, até foi bloqueado no Facebook):



A morte de Luís Giovani dos Santos Rodrigues, estudante cabo-verdiano, de 21 anos, da Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo do Instituto Politécnico de Bragança, em 20 de dezembro de 2019na cidade de Bragança. tem sido mal contada. Por motivo da investigação policial? Não. Pois, de outro modo a polícia não se apressaria a informar os média que o crime “estava associado a um motivo fútil e não a ódio racial... Então, porque não se conta a história toda? Por o crime não se enquadrar na narrativa politicamente correta.

É morto um jovem cabo-verdiano numa cidade do interior portuguesa, Bragança, de Trás-os Montes. Racismo! [sublinhado nosso] - protestam o Bloco de Esquerda e o Livre. A narrativa da esquerda politicamente correta era simples: Giovani, um jovem cabo-verdiano, mulato, saíra há noite com amigos do Instituto Politécnico também cabo-verdianos e, no bar Lagoa Azul, um deles fora acusado de se ter metido com a namorada de um deles, tendo-lhe o presumido ofendido na honra e o seu conjunto mais numeroso feito no exterior uma espera, da qual resultou o homicídio de Giovani...

Porém, alegadamente, foi assim:
  1. Um amigo cabo-verdiano de Giovani foi empurrado propositadamente no bar Lagoa Azul, na cidade de Bragança, contra uma rapariga por um elemento de um grupo de rapazes ciganos [sublinhado nosso], que têm provocado desacatos na cidade.
  2. A rapariga não fazia parte do grupo dos rapazes ciganos [sublinhado nosso].
  3. Simulando ‘defender’ a honra da rapariga face ao rapaz cabo-verdiano, por um suposto apalpão, que não ocorrera, um outro rapaz cigano [sublinhado nosso] confrontou o presumido abusador.
  4. Um segurança do bar interveio e afastou-os.
  5. No exterior do bar, um grupo de cerca de quinze rapazes ciganos[sublinhado nosso], armados de paus, cintos e facas, fez uma espera ao grupo dos quatro rapazes cabo-verdianos.
  6. E o grupo de rapazes ciganos [sublinhado nosso]  começou a agredir o rapaz cabo-verdiano que havia sido vítima da armadilha do bar.
  7. Este, já por terra e encolhido para se defender das pancadas, gritou para os seus amigos fugirem.
  8. Porém, Giovani voltou para trás para pedir que parassem de bater no amigo e sucumbiu a uma paulada, vindo a  falecer já no hospital.
Alegadamente, um rapaz do Bangladesh já havia sido vítima de uma armadilha semelhante pelo mesmo grupo de rapazes ciganos [sublinhado nosso] .
Conclusões deste caso:
  1. O racismo tem várias cores e a xenofobia várias nacionalidades: há também um racismo cigano [sublinhado nosso], além do racismo branco, negro, amarelo, e de outras etnias culturais. E que fique claro que defendo a Declaração da Unesco “sobre a raça e o preconceito racial”, de 1978, na sequência da Declaração de 1950. E que falo de etnias em termos culturais; e não de raças, numa perspetiva antropobiológica que rejeito.
  2. O facto de uma pessoa, ou grupo, ser racista ou xenófobo não significa que toda a comunidade ou etnia sejam; o facto de o comportamento social de uma pessoa ou grupo ser imoral, abusivo, violento ou criminal, ou de coação e agressões em serviços públicos, não significa que toda a sua etnia ou segmento social seja. Portanto, não pode haver generalização. Tal como não pode ser ignorado, pela prevalência de problemas, num determinado grupo social, porque isso consiste num desprezo, numa discriminação negativa..
  3. Giovani e seus amigos foram vítimas de homicídio e agressões pelo facto de serem diferentes (são cabo-verdianos), menos (4 contra 15) e vulneráveis (não tinham paus nem facas, ao contrário dos agressores).
  4. Os governos não podem tolerar a violação da lei, independentemente da etnia ou nacionalidade dos abusadores e devem reempoderar as polícias para prevenir e reprimir o crime no cumprimento estrito da lei.
  5. Existe o que designei, há anos, de poder bélico civil, que tem de ser desarmado e reprimido, sem imunidade étnica, para prevenir crimes maiores. Ao tolerar, com complacência, a violação sistemática da lei, isentando pessoas do cumprimento dos códigos só por causa da sua pertença a um grupo étnico determinado como é o caso dos ciganos, e a ameaçar duramente quem arrisca a imposição da lei, os governos criam diretamente as condições para a ocorrência de crimes mais graves como o de Bragança.
  6. O roubo à mão armada, seja arma de fogo ou branca, tem de ser mais severamente reprimido e punido.
  7. A negligência do problema provoca o agravamento do abuso e do crime, da violência e da vingança, aumentando o racismo e a xenofobia.
Em suma, há necessidade de realismo e de responsabilidade governamental e política. Ninguém, e nada, deve ser desprezado para validar uma ideologia. Como é o exemplo nefasto do totalitarismo marxista relativista politicamente correto.


Nota: Este post foi emendado à 1:39 de 10-1-2019).


Limitação de responsabilidade (disclaimer): As entidades mencionadas nas notícias que comento não são suspeitas ou arguidas do cometimento de qualquer ilegalidade ou irregularidade e gozam do direito à presunção de inocência até ao trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.

Publicado por António Balbino Caldeira à(s) 19:07

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Dualidades do mundo a preto&branco e vice-versa...


Dois factos (crimes) recentes separados por curto intervalo de tempo, com simetria imperfeita:

1) Jovem morto no Campo Grande, Lisboa: «Pedro Fonseca, de 24 anos, filho de um inspetor-chefe da PJ reformado, foi morto com três facadas ao final da noite de sábado por três ladrões que o queriam assaltar, mas acabaram por fugir sem nada roubar.», in Correio da Manha, 6.01.2020; -  em nome do "sacrossanto politicamente correcto" não se diz a nacionalidade, nem cor ou etnia dos intervenientes, apenas que o falecido era filho de um polícia (Judiciária), o que já de si desculpa aqueles que, em linguagem do "passado", seriam apodados de "meliantes" (já que agora, em linguagem presente, polícia, seja "judite" ou "pula", é que é "meliante"). - Veio-se a saber posteriormente que os assassinos, aqui apenas tratados como "ladrões", uma actividade normal e corriqueira, lá pela Lísbia, quiçá até desculpável, face à injustiça da sociedade (leia-se, a dos bandidos dos brancos) face aos marginalizados (outrora dizia-se "marginais"), eram Guineenses (da chamada Guiné-Bissau). O caso, "banal", tratado como assunto de polícia, não deu azo, como seria de esperar, a pedidos de explicação à embaixada da Guiné-Bissau, nem se pediu qualquer expatriação dos "ladrões" (homicidas), certamente uns bons rapazes que passarão a ser uns heróis para os seus compatriotas por terem "limpo o sarampo" ao filho de um pula da judite (o que lhes deve dar mais pontos e cotação no currículo que já levam); 


  

2) Jovem estudante morto em Bragança: « No dia 21 de dezembro passado, o estudante cabo-verdiano do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) Luís Giovani dos Santos Rodrigues terá sido agredido por vários homens à saída de uma discoteca em Bragança.» - Jornal de Notícias, 5.01.2020. - Aqui, ao especificar-se que o rapaz era "cabo-verdiano", insinua-se de imediato que é um africano (logo, negro, pois um branco nunca pode ser considerado africano), sendo que, posteriormente, se soube que os agressores (a vítima não morreu logo, pelo que só depois, provada a relação dos factos, se podem considerar os agressores como homicidas), eram outros jovens, no caso, ao que parece, naturais de Bragança. Pois fossem os ditos agressores também africanos (= negros) não haveria problema de maior, nem teríamos pedidos de explicação da embaixada de Cabo-Verde, nem intervenções do Presidente da República de Cabo-Verde, nem da dirigente do PAICV, nem dos partidos todos da extrema-esquerda tuga, que inclui a famigerada deputada guineense Joacir-Katar e o inefável BE, com comunicados, vigílias e homenagens ao falecido, apresentado, ainda que subliminarmente, como uma vítima do racismo (mesmo que um dirigente associativo africano, em Bragança, tivesse negado este tipo de motivações), e, em última instância, da bárbara opressão e genocídio multissecular dos tugas em relação aos povos africanos. 
Pergunta o sr. deputado José Soeiro “se Giovani tivesse outra origem, não haveria já uma comoção nacional generalizada”?  ver aqui: https://www.esquerda.net/artigo/estudante-cabo-verdiano-barbaramente-assassinado-em-braganca/65215    - a resposta é-lhe dada em relação ao caso anterior (ver a nossa alínea 1) ): "outra origem" tinha Pedro Fonseca, e... chhiiiiiuuu!...... não se passou nada... foram só uns... "ladrões"... - não houve, no caso, "marchas de homenagem" em Lisboa, Porto e Coimbra, como o inefável BE, decerto de braço dado com as Joacires, vão promover ou já promoveram...

Eu vivi em Bragança há muitos anos e já então por lá havia uns bons meliantes (sim, brancos, mas a "meliância" não tem cor nem etnia!), os famosos da "bila", peritos em desacatos e agressões. Seriam, na altura, 0,001% da população de Bragança, e hoje não devem ser muitos mais. Estive perto de uma situação mais complicada, evitando a provocação de um desses rufias que até tinha um nome artístico que aqui não vou dizer por motivos óbvios. Safei-me porque nessa noite, no desaparecido café Cruzeiro, tinha as "costas quentes" por estar com um grupo de amigos e o rufia só estar com um compincha lingrinhas.


Mas agora aproveitar um caso de rixas urbanas para se erigirem bandeiras e mártires (só no caso da alínea 2), pois claro!! ), enfim, não há paciência... Depois admirem-se que alguém diga que já "Chega!"...



A propósito, aqui fica uma carta-aberta que mão amiga nos fez chegar (e enviada a quem de direito) e que não resistimos a afixar aqui na praça da nossa Aldeia:



Assunto: A/C Sra. Deputada Joacine Katar Moreira - A propósito de racismo e hipocrisia

Exma. Sra. Deputada Joacine Katar Moreira.

Tomei conhecimento do seu comunicado do passado Domingo, de repúdio pelo assassinato do cidadão cabo-verdiano, Luis Giovani dos Santos Rodrigues, em Bragança, acto sem dúvida condenável e  a merecer punição exemplar a quem o praticou.

Tenho, todavia, de perguntar à Sra. Deputada se também emitiu algum comunicado sobre o assassinato do jovem Pedro Fonseca no Campo Grande, ao que se julga saber à mão de 3 jovens de origem guineense.

Confesso ter tomado conhecimento apenas do comunicado referido no primeiro parágrafo e como estou habitualmente atento, quero acreditar que a Sra. Deputada se "esqueceu" de condenar o segundo assassinato antes mencionado.

Um "esquecimento" que merece uma séria e profunda reflexão da parte da Sra. Deputada, do Partido Livre, e dos restantes partidos representados no Parlamento e outros orgãos de soberania.

Considero muito perigosa a utilização destas desgraças em proveito de ideais políticos radicais, que mais não visam do que uma auto-promoção individual e/ou partidária.

Mas a Sra. Deputada não está isolada nesta matéria, pois ouvi ontem mesmo no Jornal da noite da TVI o ex-ministro Paulo Portas, que, ao que julgo saber, nem partilha propriamente dos mesmos ideais políticos que a Sra. Deputada, manifestar também o seu repúdio pela morte do jovem cabo-verdiano, mas, salvo falha da minha parte, nunca o ouvi lamentar também a morte do jovem Pedro Fonseca....

Enquanto cidadão, considero o aproveitamento político e mediático destas desgraças uma VERGONHA!

Existem neste país autoridades policiais para tratarem e para se pronunciarem sobre este tipo de matérias.

Foquem-se, pois, os políticos naquilo que é primordial: o desenvolvimento do país e a consequente melhoria das condições de vida dos cidadãos!

E deixemo-nos de insinuações hipócritas envolvendo a cor da pele dos afectados por acontecimentos trágicos, que mais não fazem do que contribuir para criar ambientes sociais hostis.

Cumprimentos
José Coelho Martins
968694315

Tirem as vossas conclusões.

Ti Zé d'Aldeia.